sábado, dezembro 30, 2006

sábado, dezembro 23, 2006

sábado, dezembro 09, 2006

Rui Rio Acutilante como uma faca

Rui Rio acha que Marques Mendes deveria ser "mais acutilante na sua oposição ao governo" e dá o exemplo : "o governo está no rumo certo. Se continuar assim ganha as eleições em 2009". Estão a perceber o que é uma oposição mais acutilante ao governo, ou é preciso que eu explique?

Virtudes privadas

O sr Professor Doutor José Tribollet naquele discurso já gasto que conhecemos contra o Estado e a "lógica estatizante das universidades", veio dizer num programa da SIC que o INESC, de que é responsável, não precisa do Estado para nada pois é uma instituição privada. Se olharmos para as entidades que suportam o INESC encontramos o Instituto Superior Técnico (IST), a Portugal Telecom SGPS, SA (PT), a Universidade do Porto (UP), a PT Comunicações, SA (PTC), a Universidade de Aveiro (UA), a Universidade Técnica de Lisboa (UTL), a Universidade de Coimbra (UC) e os Correios de Portugal, SA (CTT).

Tudo empresas privadas, como se sabe...

sábado, novembro 18, 2006

One from the heart















Broken bicycles,
Old busted chains,
With busted handle bars
Out in the rain.
Somebody must
Have an orphanage for
All these things that nobody
Wants any more
September's reminding July
It's time to be saying good-bye.

Summer is gone,
Our love will remain.
Like old broken bicycles
Out in the rain.

Broken Bicycles,
Don't tell my folks;
There's all those playing cards
Pinned to the spokes,
Laid down like skeletons
out on the lawn.
The wheels won't turn
When the other has gone.
The seasons can turn on a dime,
Somehow I forget every time;
For all the things that you've given me
Will always stay
Broken, but I'll never throw them away

Tom Waits

Cresça e apareça

«Quando Santana Lopes crescer e deixar de falar apenas de tricas políticas para passar a falar dos problemas políticos do país eu estou disposta a falar com ele, até lá não»

Helena Roseta na SIC-N

quinta-feira, novembro 16, 2006

A independência ideológica da Al-Jazeera

Um programa sobre a Al-Jazeera passado na SIC-N, confirma a independência do canal face aos valores dominantes na cultura árabe-muçulmana-islâmica. O noticiário desportivo realça a derrota da selecção de israel face a outra selecção, não me recordo em que modalidade. O momento serve para atacar a política israelita face ao contexto envolvente e nomeadamente face à palestina. Estariamos de acordo com o comentário de opinião (excepto a defesa ímplicita da exterminação de Israel do mapa), porém, no contexto de noticiário desportivo, parece um pouco 'à la soviética'. Depois temos uma reportagem sobre os jogos olimpicos do mundo árabe, para mulheres. Como as mulheres não podem participar em actividades desportivas públicas, têm agora a oportunidade de o fazer em jogos só para mulheres. A reportagem enfatiza como o facto de as mulheres estarem apenas com a face e as mãos descobertas e todo o restante corpo tapado, não é impeditivo da prática desportiva. Uma rapariguinha realça mesmo como o véu não a impediu de derrotar a sua concorrente romena na prova de karate. Imagino que o corpo inteiramente coberto deve ser excelente para o salto em altura, ou em comprimento. Finalmente uma reportagem sobre a abertura do tema sexualidade onde sacerdotes islâmicos têm um programa para falar de sexo. Um desses sacerdotes explicava que o sexo oral, embora em sua opinião seja uma javardice, não é proibido pelos textos. Ainda assim depende do fim a que se destina. Caso haja ejaculação já lhe parecia uma completa nojeira, enquanto que o beijar o sexo do parceiro seria tolerável.

Como é bom de ver, este canal é um escândalo de libertinagem de informação. Uma espécie de CNN Internacional do Médio-oriente.

A leitura acertada quanto ao papel da Al-Jazeera é, em minha opinião, esta de Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos:

«Num período histórico em que o jihadismo reaviva parte da sua função identitária, não é só a rede mundial de computadores que abre novas possibilidades comunicacionais para fomentar leituras de resistência à modernidade. Uma única cadeia de informação, politicamente instrumentalizada e sem qualquer escrutínio intelectual nas sociedades em que é emitida, afigura-se um bem central para a formatação ideológica da esfera pública.»

Leituras recomendadas

Para rir à gargalhada.

Dois casos psicanaliticos

Pedro Santana Lopes e Manuel Maria Carrilho são duas figuras com muito em comum. Configuram o tipo de personalidade que não consegue aprender nunca nada com o que lhe acontece na vida, dado o seu auto-centramento. Há entre a personalidade narcísica e a realidade um desfasamento psicótico. Repare-se como as razões do que lhes sucede estão sempre nos outros e nunca em si próprios. A sua incapacidade para a autoanálise é absoluta porque eles são perfeitos, os outros e a realidade é que estão errados. Uma coisa são as percepções, outra é a realidade. As perspectivas dos outros são percepções da realidade, a visão deles é a própria realidade. Acresce que como o mundo está centrado neles, os outros não têm actividade que não seja orientada para eles. A ocupação dos outros não é senão urdir conspirações para os derrubar. Porque os outros não têm mais que fazer senão pensar neles, pois eles, como se sabe, são o centro do universo. São dois excelentes casos para estudo dos psicanalistas.

Eu é que sou o presidente da junta

Escrevi aqui a 03 de Outubro passado: "Maria José Nogueira Pinto está a investir nas suas funções de vereadora da CML muito para além do que seria expectável do cargo que exerce. Por vezes arrogante na forma, mas pelos vistos eficaz nos resultados, a veradora deixa ficar claro, pela sua acção, que os seus objectivos são bem mais amplos do que o cargo para o qual tão obstinadamente negociou posições dentro da estrutura da CML".

Sucede que o Engº Carmona, independentemente das razões que lhe assistem, também percebeu isso e agora veio dizer que ele é que é o presidente da junta, perdão, da Câmara da capital do país...

segunda-feira, novembro 13, 2006

O PSD na luta de classes

O entusiasmo com que os mais destacados dirigentes e opinion makers do PSD se têm referido às greves e manifestações estará a obrigar à reflexão, para as bandas da CGTP, sobre a possibilidade de alargar àquele partido a Unidade Sindical da Inter.

Marcelo goes North Korean

Como teste empírico à comparação sugerida por Marcelo Rebelo de Sousa entre o resultado eleitoral de Sócrates no congresso e o que se passa na Coreia do Norte de Kim Sung, proponho ao Prof. Marcelo que, por alguns dias, se transforme em norte-coreano e faça, no próximo congresso do PC da Coreia do Norte, criticas ao 'Querido Líder' como as que no congresso do PS fizeram Manuel Alegre e Helena Roseta a José Socrates.

Estará a ver-se ao espelho?

Sendo juricamente legal a hipótese de fazer aprovar uma nova lei de despenalização da IVG, no caso de não aprovação da mesma em referendo, não é eticamente legítima, demonstrando um desrespeito democrático pela vontade popular expressa no voto. Fica tudo dito sobre quem defende a democracia participativa e depois sugere um tal golpe de jure na participação dos cidadãos. Mais estranho ainda quando essa sugestão vem de quem acusa o actual secretário-geral do PS de falta de democraticidade na decisão política.

A rua

Sendo importante, em termos genéricos, um discurso como o de Manuel Alegre no congresso do PS, não é menos verdade que a introdução da "experiência de levar muita cacetada na rua antes do 25 de Abril" por parte de Alegre, como autoridade moral para alertar o governo para que "oiça a rua", é muito discutível. Sobretudo porque uma tal nota pode resvalar para a desvalorização simultânea do significado de totalitarismo e democracia. A subsumida comparação entre as duas situações desvaloriza a liberdade com que as pessoas hoje se manifestam na rua, sem qualquer represália, muito menos repressão e desvaloriza a ausência de liberdade que motivava à luta na rua, menosprezando as condições em que tal luta se efectuava. Ora, convém manter clareza e não lançar fumo sobre o que distingue, de facto, as ruas de hoje e a rua de antanho.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Imposto e impostura

«É teoricamente aceitável que as empresas não paguem impostos. Que paguem apenas as pessoas», disse Lobo Xavier na Quadratura do Círculo. Seria sim, se não houvesse tantos empresários a declarar como rendimento pessoal pouco mais que o salário mínimo.

Comentário no Abrupto

à situação nos EUA e em Portugal...

Falta de progresso no Iraque?

Diz Bush ter sido o motivo da sua derrota eleitoral. Não me parece. O terrorismo tem progredido bastante bem.

quarta-feira, novembro 08, 2006

A new direction

"Things are going to slide, slide in all directions"

Leonard Cohen.

Entretanto nos EUA

Os "anti-americanos" foram às urnas exprimir a sua opinião.

domingo, novembro 05, 2006

Diálogos de sofá



Ele: - Já reparaste que o cabelo vermelho está na moda entre as mulheres de meia idade do PCP e do BE?
Ela: - Mas olha que a minha directora usa o cabelo vermelho e é do PS...
Ele: - Humm...deve ser da facção Alegre-Roseta...

Eles andem por aí

Aquela intervenção de Marques Guedes sobre os cocktails anunciava já a bitola pela qual o PSD se passará a pautar em matéria de oposição. Agora, com o apoio de Marques Mendes a Jardim, na questão dos cortes na nova lei das Finanças Regionais, o PSD espalha-se ao comprido. Lamentável, quando o país precisava de uma oposição realmente responsável e credível.

E quem pagou a notícia da publicidade?

O governo terá pago publicidade institucional numa revista internacional onde supostamente se entroniza Sócrates e se minimiza o papel de Cavaco. Creio ser legítimo perguntar: E quem terá pago a notícia desta notícia, num semanário português, logo replicada numa televisão também portuguesa? Quem pode estar interessado numa intriga entre o PM e o PR? Talvez não seja dificil de perceber que só aqueles que alimentaram expectativas de que Cavaco em Belém poderia ser um contra-poder, uma mãozinha ao seu antigo partido, podem estar interessados em fazer constar que Cavaco assiste impávido e sereno, em silêncio comprometedor, ao trabalho do governo.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Quando Jardim vem a Lisboa

Jardim pode continuar a andar por Lisboa sem segurança. Nós em Lisboa divertimo-nos imenso sempre que o Circo vem à cidade.

Marie Antoinette

Gostei particularmente daquela sequência em que os jovens futuros rei e rainha vão para a night em Paris. É o momento Lux do filme.

Frases que (me) esmagam

"Tens o Neptuno no meio do céu, o que é que estavas à espera?"

quarta-feira, novembro 01, 2006

De Hollanda




















Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhanca toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.

terça-feira, outubro 31, 2006

Os portugueses médios

Têm inteira razão os Gato Fedorento. O que mais se ajusta aos portugueses não é saber quem são os grandes portugueses, como pretende a RTP, nem sequer saber quem são os piores portugueses, como quer o Inimigo Público. A questão, no nosso caso, é premiar os médios portugueses. A mediania é o que melhor nos distingue e o melhor exemplo é mesmo aquele que os Gato avançaram: tivemos um ditador médio, que mandou matar medianamente e que não morreu devido a um atentado à bomba, ou assassinado à bala, mas sim porque caiu de uma cadeira. Haverá coisa mais prosaicamente mediana?

E o que é que eu tenho a ver com isso?

Há quem divida o mundo entre homens e mulheres. Há quem o faça entre militares e civis. Há ainda quem o faça entre médicos e não médicos. Não há por aí ninguém que diga ao seu camarada João Soares que a divisão do mundo entre os seus amigos e os outros, não é um critério analiticamente pertinente?

O populismo

Lamento dizê-lo, mas a concepção que Lula da Silva tem da política, e em particular da governação, como o atestam os resultados do seu primeiro mandato, não é substantivamente diferente de outras que conhecemos bem : Primeiro, distribuição de televisões e frigoríficos pela população. Depois...bem...depois já sabemos o que vem a seguir...

Esclarecimento público

O que abaixo referi sobre a natureza casuística de algumas medidas recentes do governo, no tocante à obtenção de receita e redução da despesa, não significa que alguns casos não sejam merecedores de medidas. Um desses casos é a Madeira, a que só este governo teve a coragem de retirar o estatuto de impunidade.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Onde está o problema? (1)

É verdade que as manifestações a que se tem assistido não resultam substancialmente de tentativas de manipulação partidária. Sabemos, de facto, que as pessoas já não são manipuláveis em absoluto. Inversamente, tendem cada vez mais a pensar, bem ou mal, pelas suas próprias cabeças, agindo em conformidade com a sua consciência, ou a sua leitura da realidade. É, igualmente, verdade que alguns episódios recentes da governação beliscaram seriamente o capital de expectativa positiva depositada na acção governativa desde que o governo tomou posse. Mas será que o problema é de ordem comunicacional, resolúvel por uma melhor ou maior explicação das medidas governamentais? Ou será, antes, que o verdadeiro problema reside nos dois factores seguintes?

Por um lado na natureza aleatória, para não dizer errática, de algumas medidas desesperadas com vista ao cumprimento do objectivo conjuntural de redução do défice das contas públicas. A sensação com que o cidadão fica é que o governo anda a "catar" fontes de obtenção de receita e redução de despesa, como um garimpeiro que nunca sabe onde estará realmente a pepita de ouro. Ora, o que o cidadão espera ver no governo, ainda que nem sempre o consciencialize, é acção integrada e coerente, com vista a atingir um fim para o qual foi eleito.

Por outro lado, na limitação do alcance e impacto da esfera em que a governação pode, efectivamente, intervir de modo directivo e com resultados a curto e médio prazo. Ora, essa esfera, onde é possível obter ganhos no curto e médio prazo é, como sabemos, o Estado, ele próprio.
(Continua no post anterior, por razões de apresentação)

Onde está o problema? (2)

Sucede que daqueles dois factores, apenas o primeiro está exclusivamente nas mãos do governo, podendo e devendo ser corrigido pelo executivo. O segundo é bem mais complexo, depende largamente da acção dos cidadãos e dos agentes económicos, e apenas poderá encontrar solução no longo prazo. Trata-se, não do défice das contas do Estado, mas do défice estrutural do tecido económico nacional. Défice de modernização e de produtividade das empresas.

É claro que o governo também pode, e deveria, procurar actuar numa estratégia concertada com os agentes económicos e não o estará a fazer, pelo menos de modo consistente e publicamente notório. Mas, ainda assim, qualquer actuação a este nível, não produzirá nunca efeitos no curto ou médio prazo, o que facilita a “impaciência” dos cidadãos e compromete um aspecto fundamental do sucesso da governação, que afinal é largamente independente da acção governativa e não susceptível de mudança senão no tempo longo: a criação sustentada de riqueza pela economia que permita a ultrapassagem do impasse a que chegámos.

Só isso possibilitaria a recuperação das expectativas de condições de vida e de consumo que os portugueses foram criando, desde os primeiros anos da década de noventa, e que culminou no que designamos “crise” após e dealbar do novo século, levando-os agora para “a rua”.

Outra questão seria saber por que razões aquelas expectativas, de mais consumo e melhores condições de vida, saíram goradas e culminaram abruptamente na “crise” actual. O eixo fundamental da resposta a essa questão, se não estou enganado, creio ser o que está já acima aludido: a não sustentabilidade da riqueza gerada pelo tecido económico nacional que, no entanto, permitiu, graças aos mecanismos de mercado ascendentes após os primeiros anos de noventa (descida das taxas de juro, crescimento súbito da concorrência, facilitação do crédito ao consumo, afectação pelos fluxos globais do capitalismo de consumo e leque salarial desajustado face à riqueza efectivamente produzida) criar ilusórias expectativas de consumo nas classes médias nacionais.

Plágio, disse ele

Assim que se começou a falar de trapalhadas governamentais, quem é que veio logo à ribalta reclamar direitos autorais? Quem vigilante, andando por aí, reclama esse direito só para si. Solicita-se, pois, ao governo, o favor de não voltar a plagiar o legítimo autor da obra no prelo "Um governo de trapalhadas".

quinta-feira, outubro 26, 2006

Adesões tardias

A oposição vai questionar o governo sobre "violação de compromissos eleitorais". Podiam ter dito logo na campanha que concordavam com as propostas eleitorais do partido socialista.

Tenha tento na língua

Sócrates questionou se "eles [PSD] quando estiveram no governo cresceram 3%". Também não é preciso ofender Marques Mendes.

Back to basics (3)

Zés-Ninguéns inovadores, por Sandro Mendonça.

A cada um a sua corporação

Fiquei a saber que existe um sindicato dos professores licenciados pelos politécnicos e universidades. Perplexidade. Primeiro porque dentro de muito poucos anos não será mais possível ser-se professor sem se ser, pelo menos, licenciado. Depois porque me interrogo por onde são licenciados aqueles que o não são por politécnicos e universidades. Mas este sindicato deu-me uma ideia. Vou constituir também um sindicato. O sindicato dos professores licenciados pelo iscte no ano de 1987 e que têm mais de um metro e setenta e cinco de altura. Estão abertas as inscrições.

Ter um lema como modo de vida

A luta continua Sá Carneiro para a rua.
A luta continua Balsemão para a rua.
A luta continua Soares para a rua.
A luta continua Cavaco para a rua.
A luta continua Guterres para a rua.
A luta continua Sócrates para a rua.
A luta continua...

Back to basics (2)

A realidade não é o que é mas o que nós gostaríamos que ela fosse.

Back to basics

Os bons meios de comunicação são os que dizem muito mal do governo. Deste, em particular.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Não há almoços nem noites grátis

Ao que parece as noites não vão ser grátis e muito menos para sempre. A Anacom não achou piada e lá saberá porque é preciso manter a ordem. Afinal quem tinha razão era aquele sujeito inspirado no diácono remédios que desconfia de adesões a coisas grátis.

Laranja catatónica

Os tempos estão difíceis para o psd. É preciso ouvir e ler com atenção alguns analistas da área laranja, para perceber como os sucessos da actual governação estão a transformar o psd num partido catatónico. O olhar desses analistas para as manifestações pré-fabricadas pelo pcp, ou para o debate entre António Costa e o lobby organizado do poder autárquico, diz tudo o que é preciso saber sobre o desespero laranja. Perderam os reflexos e a capacidade reflexiva. Fosse o psd o governo e alguém tem dúvidas que as manifs da cgtp e o levantamento autárquico teriam a costumeira adjectivação?

quinta-feira, outubro 19, 2006

Refresh the browser please

Deve ser cansativo, muito cansativo, governar. Nem todos aguentam muito tempo no poder executivo do país. Está empiricamente provado. Primeiro veio um ministro dizer que a "crise acabou", agora veio um secretário de estado dizer que "a culpa do aumento da electricidade era dos consumidores". Não haja dúvidas que ao fim de algum tempo é preciso fazer um refresh do browser da governação, colocando alguns governantes na moldura e passe bem.

domingo, outubro 15, 2006

Assim se vê a força da cgtp

Vindos de todo o país, 80 mil cidadãos nacionais, transportados em camionetas, vieram a Lisboa manifestar-se contra o governo. Sinal de vitalidade da nossa democracia. Desde a década de oitenta que não se assistia a uma manifestação desta envergadura. Ficámos, assim, a saber que pelo menos 0,8% dos portugueses estão disponíveis para protestar, desde que devidamente transportados, contra a política do actual governo. É um dado a ter conta.

A crise acabou














Há cromos que, realmente, merecem moldura.

sábado, outubro 07, 2006

Afinal o JPP também tem graça

«Prova um: o Manchester United processou o Benfica, porque, quando os seus jogadores negros apareciam, as bancadas desatavam a gritar umas coisas com us, com a boca atirada para cima e o beiço grosso, que os adeptos aprenderam com os macacos. Percebe-se: macacos nas bancadas num diálogo multicultural com os macacos no relvado. Esta dos macacos já eu vi num dos raros jogos de futebol a que assisti, confesso que a sua maioria em campanhas eleitorais, eis o tributo que o vício paga à virtude, e de clubes de pequena dimensão. Num desses jogos, começaram os macacos sincopados a urrar e eu, que não sabia o que era aquilo, perguntei, penso que ao Hermínio Loureiro, o que é que se passava, se era o hino do clube, e ele, com infinita paciência, explicou-me. O Benfica ficou naturalmente indignado com tão vil acusação e nega que haja racismo entre os seus adeptos, tudo gente que paga as quotas ao SOS Racismo, e presumo que o Manchester também não é um poço de virtudes.»

(...)

«Prova dois: esta semana ouvi na televisão mais um virtuoso exemplo de um clube que para agradecer aos árbitros os bons serviços prestados lhes garantia "fruta", ou melhor, "fruta para a noite". Mais uma vez me surpreendi pela indigência do nosso futebol que paga um bom resultado apenas com fruta, embora possa pressupor que fruta nocturna deva ser mais rara. Uma pesquisa na Internet sobre o que era essa "fruta nocturna" não deu resultados, pelo que o Google ainda está para apanhar as subtilezas das prendas aos árbitros portugueses. Há um Night Fruit Café, um Starry Night Fruit Cake. Há uma recomendação de que não se deve comer uma Night Fruit Pie antes de se ser operado, o que me parece recomendável, mas nada que explique o sucedido. Ainda me inclinei, metaforicamente claro, a favor da bebida, porque parece que o presidente Pinto da Costa teria sido consultado ou teria perguntado se queriam "café com leite, com muito leite ou mais café". Podia também ser um caramelo, um doce, uma pastilha, visto que alguém escutado diz ao outro escutado, o presidente, que um árbitro estaria "à espera de um rebuçadinho", ao que lhe foi respondido "pois está-lhe garantido". Aqui está um retalho da vida desportiva ímpar de virtudes frugais. Basta um "rebuçadinho". Só intelectuais maldosos ou apoiantes do presidente do Benfica é que falam da corrupção no desporto.»

In: Abrupto

quinta-feira, outubro 05, 2006

Contrastes urbanos (2)


Automóveis na baixa de Nova York


Atomóveis na baixa de Luanda


Automóveis na baixa de São Tomé (isto é, Táxis, excedendo largamente a procura)

(Para aumentar, clicar nas imagens)

quarta-feira, outubro 04, 2006

O direito à falta de assunto

O homem que se manteve, sem que se perceba porquê, no cargo de Procurador Gral da República até final do mandato, diz agora que se vai remeter ao silêncio. Será porque, finalmente, não tem assunto?

terça-feira, outubro 03, 2006

Revitalização urbana da Baixa de Lisboa em alta

Maria José Nogueira Pinto está a investir nas suas funções de vereadora da CML muito para além do que seria expectável do cargo que exerce. Por vezes arrogante na forma, mas pelos vistos eficaz nos resultados, a veradora deixa ficar claro, pela sua acção, que os seus objectivos são bem mais amplos do que o cargo para o qual tão obstinadamente negociou posições dentro da estrutura da CML. A prová-lo, aí está a Proposta para a Revitalização da Baixa, encomendada em Março a um grupo de peritos liderado por Augusto Mateus e que em apenas seis meses realizou estudos e elaborou um relatório do qual consta um Plano para a Revitalização da Baixa. O plano aponta genericamente para as direcções correctas em matéria de revitalização urbana da baixa de Lisboa. Não pretendendo levanta,r neste contexto, questões de natureza mais técnica, ou de política urbana, não queria deixar de registar dois pontos. Um primeiro diz respeito ao hábito nacional de se fazer tábua rasa do conhecimento produzido sobre um tema, ou dos diagnósticos e planos pré-existentes, sempre que se produz um estudo de natureza técnica, como é o caso em apreço. De facto, o Plano agora produzido e os respectivos estudos são omissos no que toca aos estudos anteriores, que deveriam ser sempre um ponto de partida para quem trabalha no sentido de produzir um novo diagnóstico, ou plano. Inversamente, ao fazermos tábua rasa do que já foi produzido, desperdiçamos o capital de conhecimento adquirido e os dinheiros públicos investidos. Ao fazê-lo estamos, ainda, a dar razão à vox populi que postula com frequência a ideia de que se fazem estudos muito interessantes mas que nunca chegam a conhecer a sua operacionalização. O segundo ponto que gostaria de aqui colocar prende-se com o prazo previsto para a execução do Plano e a respectiva orçamentação. Planear acções tão concretas e específicas a um prazo tão dilatado - 14 anos - nos tempos de incerteza que correm, deixa-nos, no mínimo, interrogativos. Não sei se haverá por aí algum economista que nos queira esclarecer sobre a razoabilidade e realismo de programar financeiramente uma intervenção para um prazo de 14 anos, já que o Plano em causa prevê o início da sua execução em 2007 e a sua conclusão em 2020.

Se assim o pretender faça o download da Proposta de Revitalização da Baixa-Chiado aqui.

Ei-los, os que não são alinhados

Jornalismo de plástico

Definitivamente o universo dos jornais rendeu-se, também ele, à macdonaldização da sociedade. Agora, no lugar da qualidade do jornalismo discute-se o tamanho e o formato da embalagem, o saco de plástico.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Contrastes urbanos


Maputo, Moçambique (Clicar nas imagens para aumentar)

Urban divide

Maputo, Moçambique (Clicar na imagem para aumentar)

Dia Mundial do Habitat

Um dos principais problemas, mas também um dos principais desafios, que a humanidade enfrenta neste século, é a gestão das cidades. Os números dizem, neste caso, quase tudo. Em 2050, 6 mil milhões de pessoas viverão em cidades, ou seja, um em cada três seres humanos será habitante de uma urbe. Mas, como sempre, este esmagador indicador pressupõe múltiplas e diversificadas realidades. As cidades serão, necessariamente, cidades desiguais. Desigualdade entre cidades e desigualdade dentro de cada cidade. Compete-nos procurar contribuir para a difícil tarefa de promoção de uma eficaz redução dessas desigualdades e desenvolvimento da melhor gestão de políticas urbanas que promovam a possível coesão social e territorial a todas as escalas, isto é, às escalas local, regional, nacional e global.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Interregno nas obras por razões de semântica (gozação)

Caetano Veloso acha uma maravilha que nós usemos (segundo ele diz) o verbo vir no contexto semântico em que eles (leia-se, os brasileiros) usam o verbo gozar. E vai daí, dedica-nos uma faixa do seu novo disco que reza assim:

Porquê?

estou me a vir
e tu como é que te tens por dentro?
porquê não te vens também?

Caetano Veloso, Álbum Cê, 2006


Talvez seja por isso que Caetano diz, também, que quando vem à Europa gosta de visitar vários países como Inglaterra e França, países organizados, de paisagem arrumada e, depois, finalizar sempre a viagem em Portugal.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Home

Tal como num site da net bem elaborado, há uma coisa na vida que é fundamental: a possibilidade de voltar sempre, e em qualquer momento, a casa.

Temporariamente fora de serviço - até breve

Confundir ovelhas com cabras não será grave, até porque é tudo gado caprino. Nada contra! Confundir o Publico com o Expresso também não será muito grave, até porque caminham do mesmo lado da estrada. Sim senhor! Mas confundir o dia Europeu sem Carros com o dia Internacional para a Paz, já é grave, confesso. Sobretudo porque a metáfora da guerra das estradas não me parece feliz. Será, pois, melhor encerrar temporariamente para obras.

Até breve

Abraços,

WR

quinta-feira, setembro 21, 2006

Mais vale prevenir

A avaliar pelo vendaval que vai pela cidade será melhor preparar-me para um.

Temporariamente fora de serviço: Dirija-se ao blog mais próximo

Quando se está com a cabeça demasiado ocupada para que tenha disponibilidade para além daquilo que a ocupa, melhor seria encerrar o blog para obras durante os próximos seis meses. Neste mesmo lugar esteve um post que não deveria ter sido escrito e foi, excepcionalmente, apagado. Devido a uma confusão com a data do Dia Europeu Sem Carros (de facto, dia 22 de Setembro e não dia 21), fazia uma acusação infundada. Pelo sucedido, apresento o meu pedido de desculpas aos leitores e sobretudo aos visados.

Até breve
WR

Á espera de Gordon

Os jornalistas aguardaram em vão pelo Gordon nos Açores. O que esperavam de um furacão com nome de gin senão que ziguezaguiasse?

quarta-feira, setembro 20, 2006

A bizarria da demolição do Coutinho

Já o disse em vários contextos e repito-o aqui: considero esta coisa da demolição de um edifício como o celebrizado Coutinho, em Viana do Castelo, uma bizarria de todo o tamanho. Se algum impacto negativo existe ele circunscreve-se ao impacto visual. Trata-se de uma questão meramente estética, da qual podemos discordar e até julgar como aberrante em termos arquitectónicos, patrimoniais, urbanísticos e paisagísticos. Porém, num país com a orla costeira repleta de construções selvagens, com as encostas cheias de habitação clandestina e os lençois de água cheios de fossas sépticas - essas sim, "obras" de profundas consequências negativas para a qualidade de vida e qualidade do meio ambiente -, faz algum sentido fazer daquele edifício um cavalo de batalha, tomar a sua demolição como prioridade urbanística e desperdiçar assim o erário público? Tem isto alguma racionalidade defensável mesmo sob o ponto de vista urbanístico, ambiental ou sequer arquitectónico?

Marketing agressivo no Prós e Contras

Terei interpretado mal as intervenções do ex-secretário-de-estado da educação no último Prós e Contras? A intervenção final, em particular, pareceu-me assaz enigmática. Das duas uma. Ou o homem é movido por alguma estranha compulsão para a auto-promoção da sua área de interesse profissional, ou fez-se pública e descaradamente ao convite para a tal "comissão independente" para a avaliação das medidas agora implementadas que defendeu, qual leitmotiv, ao longo de todo o programa.

terça-feira, setembro 19, 2006

A Festa e o terrorismo internacional

Andou por aí uma indignação face à presença de uma delegação de terroristas na festa do avante, entre outros promovida pelos companheiros canhoto e tugir. Sucede que as afinidades entre o terrorismo internacional e a Festa são antigas. No tempo em que também eu visitava a Festa, tal como agora ainda o faz o amigo CMC, certamente apreciando a natureza tribal do evento, estava representado na cidade internacional - penso que seja essa a designação - o camarada Kadafi, esse grande intelectual autor do célebre Livro Verde. Essa magnífica obra de profundo pensamento filosófico sobre o mundo era, de resto, gratuitamente distribuida aos portadores de EP's. O que há de comum entre o Kadafi de então e as FARC de hoje? O Imperialismo americano, o único mal do mundo que o PCP continua a combater mesmo depois de ter desaparecido o "sol na terra", o Imperialismo soviético. Kadafi, entretanto, reformou-se da sua intenção de liquidar o grande satã imperialista americano, mas deixou-nos para a história o seu legado: O Livro Verde é digno de atenta leitura, que recomendo, particularmente à camarada margarida que anda por aí de caixa de comentário em caixa de comentário a evangelizar infieis. Dedico-lhe em particular o capítulo em que o intelectual camarada Kadafi exprime a sua visão sobre a Mulher.

Apesar de tudo, o mundo muda, e até o PCP... (corrigido)

Também eu vi no último expresso - que voltei a comprar fingindo-me enganado pelo truque da oferta de dvd's - que Vitor Dias assina a sua coluna como "consultor". Imagine-se se há quinze anos seria possível o funcionário do partido, Vitor Dias, dizer-se consultor, um epíteto só passível de utilização por lacaios do capitalismo das multinacionais.

Correcção: Não é, de facto, no Expresso mas sim no Público que Vítor Dias escreve. Na realidade comprei e li os dois jornais no último sábado e, por lapso, confundi o Expresso com o Público. Vítor Dias deu-se ao trabalho de comentar, de forma muito cordial, este post. Pelo facto lhe apresento os meus cumprimentos.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Cortes fora de época

Quando o cobertor é demasiado grande, corta-se de um lado e ele sobra do outro, mas se o cortarmos também do outro, começa a entrar frio por todos os lados. Ou me engano muito, ou vêm aí tempos gelados... [vide DR, decreto-lei nº169/2006 de 17 de Agosto].

Sobre a geração graça

Não tenho nada com isso, pois nem sequer sou dessa geração, mas sempre direi que é preferível ser engraçadinho do que não ter graça nenhuma. Pior ainda, porém, é não ter sentido de humor. Isso já é falta de inteligência. Mas ter um sentido de humor nada biunívoco, isso então, já é petulância.

Guardador de rebanhos

Eu quando estou a guardar as minhas ovelhas passo semanas e semanas sem falar com os amigos e sem escrever em blogs.

sexta-feira, agosto 11, 2006

segunda-feira, agosto 07, 2006

Anti-misóginos

Eu cá, misoginia não é comigo. Não me importava nada de ter acordado hoje a ver alguém acordar assim...

Na lusitânia nada de novo

Tenho andado afastado das lides bloguistas, como já se terá percebido. Hoje resolvi voltar, numa promenade. Tudo igualzinho. Quem disse que o mundo muda cada vez mais depressa estava muito enganado. Ou melhor, o mundo até pode estar a mudar cada vez mais depressa, mas este país permanece sempre igualzinho a si próprio. É um consolo para a alma olharmos, vermos e lermos que há coisas que não mudam. Só isso nos dá esta segurança ontológica onde as identidades aqui ancoradas se fundamentam.

sexta-feira, julho 14, 2006

Jornalismo de intervenção ( 2 )

Não vi a entrevista do PM a Maria João Avilez na SIC-N, mas olhei para lá quatro vezes. Da primeira vez dizia MJA: "Agora vamos falar da segurança social". Da segunda vez o PM estava a "ensaboar" completamente a entrevistadora com o domínio da matéria e a supremacia e fundamento teórico e empírico das suas teses, enquanto MJA dizia: "Desculpe mas temos de mudar de tema, agora não vamos encalhar aqui na segurança social". Da terceira vez, MJA desafiava: "Agora vamos à educação, quero ouvi-lo sobre a educação...". Da quarta vez estava o PM a deitar por terra todos os argumentos contra a sua política no sector e a evidenciar as suas mais que justas ideias e medidas na matéria e MJA a dizer: "Temos que sair da educação, agora não vamos ficar aqui o tempo todo a falar só da educação". Se a amostragem é representativa, não se tratou propriamente de uma entrevista mas sim de um conjunto de perguntas com possibilidade de resposta limitada. O único trunfo de uma má entrevista (concordo com o LNT), parece ser a possibilidade de mandar calar o entrevistado.

Coisas que me tiram o sono

"Paula Teixeira da Cruz venceu as eleições para a liderança da distrital de Lisboa do PSD, com 2.432 votos, contra os 2.182 da lista de Carlos Carreiras."

A relevância desta notícia, destacada no Bloguítica, para a minha vida, vai fazer com que não durma nos próximos dias. Mas, já agora, sempre gostava de saber quem é, exactamente, o Carlos Carreiras?

Classe trabalhadora

PSL voltou ao trabalho. Não seria motivo de notícia se não fosse PSL a voltar ao trabalho. Dentro de pouco mais de uma semana vai para as habituais férias algarvias, entenda-se.

quinta-feira, julho 06, 2006

Chez les grecs

Dedicado ao jogo dos franceses fora de campo.

Campeonatos

Do campeonato, o que acho é que o PM devia chamar, ouvir e fazer ouvir o empresário Henrique Neto. Deu, no outro dia, uma entrevista à SIC-N em que disse tudo o que é preciso fazer para ganharmos o campeonato. O mais importante campeonato, aquele que de facto nos poderá fazer ganhar alguma coisa a todos nós e não só a meia dúzia de artistas.

sábado, julho 01, 2006

Retratos da preguiça ilusória
















O meu caro colega Paulo Pedroso dizia-me ontem que eu ando muito preguiçoso. Referia-se à minha ausência prolongada da blogosfera. A verdade é que, embora preferisse estar a preguiçar como este primo do Varandas, o motivo da minha ausência não é a preguiça mas o seu arqui-inimigo, o trabalho. Ainda que os retratos do trabalho sejam elegia de outras paragens, neste fórum a preguiça é apenas ilusória e mera elucubração intelectual.

Uns brincalhões, estes jornalistas

Circula por aí o boato que entre a batalha onde levámos de vencida a laranja mecânica e os actos heróicos do estoico Ricardo, face aos castigos máximos impostos pelos súbditos de sua magestade, houve uma remodelação no governo. Que Freitas do Amaral já não é ministro e tal. Uns brincalhões, estes jornalistas. Quem é que vai acreditar nisso com o país nas nuvens das meias-finais do campeonato do mundo?

Do maravilhoso mundo da bola






















Então lá vamos ter de defrontar a selecção do Padre Melícias nas meias-finais. Não é?

Ai Timor

Já não percebo nada disto. Um dia era o primeiro-ministro acusado de ter distribuído armas aos civis, no dia seguinte já era o presidente da república. Algum deles quer derrubar algum regime militarista, totalitário e ditatorial, no poder sem sufrágio universal?

A galáxia internet

Ainda estou para perceber como é que duas pessoas que não se conhecem, nem nunca se encontraram, se zangam. Creio que isso só é possível com a maravilha das novas tecnologias de informação e comunicação, como a internet.

Demasiado ruído na fibra óptica

Tenho para comigo que na comunicação via internet cerca de dois terços do tempo é consumido a esclarecer equívocos, enquanto apenas um terço é utilizado a comunicar, de facto.

terça-feira, junho 27, 2006

Luanda, nas noites que correm (alterado)















"O sol nasceu
No mar de Copacabana
Pra quem viveu
Só de café e banana
Tem gilete, Kibon
Lanchonete, Neon
Petróleo
Cinemascope, sapólio
Ban-lon
Shampoo, tevê
Cigarros longos e finos
Blindex fumê
Já tem Napalm e Kolinos
Tem cassete e rai-ban
Camionete e sedan
Que sonho
Corcel, Brasília, plutônio
Shazam
Que orgia
Que energia
Reina a paz
No meu país
Ai, meu Deus do céu
Me sinto tão feliz."

Chico Buarque, Ópera do Malandro.

Noite de escuridão total

"É meia-noite e nesta maternidade ninguém mais dá à luz."

Dito por uma repórter da SIC-N, cerca da meia-noite de ontem, à porta do hospital de Barcelos.

Jornalismo de intervenção

"Entre, entre e vá lá para dentro protestar"

Dito por uma repórter da SIC-N, ontem à entrada da maternidade de Barcelos, a uma manifestante.

sexta-feira, junho 09, 2006

Cachaça não é água não

Está encontrada a solução para o problema da taxa de natalidade em Portugal.























Mas beba apenas quando chegar a porto seguro...























(***)

Bom fim-de-semana !

quarta-feira, junho 07, 2006

"So We'll Go No More A Roving"
















So we'll go no more a roving
So late into the night,
Though the heart still be as loving,
And the moon still be as bright.

For the sword outwears its sheath,
And the soul outwears the breast,
And the heart must pause to breathe,
And love itself have rest.

Though the night was made for loving,
And the day returns too soon,
Yet we'll go no more a roving
By the light of the moon.

Lord Byron (1788-1824)

Notícias do novo El Dorado africano

Chega-me, via e-mail, a informação de que na capital do novo El Dorado do sul de África, Luanda, um estrangeiro normalmente faz-se acompanhar de segurança privada, mas não tanto para não ser assaltado pelos miseráveis transeuntes da cidade quanto para não ser assaltado pelos agentes da autoridade policial, os quais inventam sempre uma qualquer infracção que obriga ao suborno sob coacção e ameaça de detenção. Perante a arbitrariedade da autoridade pública o que vale é a força e armamento da segurança privada. Percebe-se, assim, o tipo de sociedade que a prosperidade económica está a construir naquele país.

O maravilhoso mundo da bola

Lamento, mas tudo o que me chega do futebol nacional, via televisão, me parece cada vez mais estupidificante, parolo, atrasado.

terça-feira, junho 06, 2006

Retratos da preguiça aguardando o seu dia nacional














Juntamos a nossa voz à voz do Canhoto. Temos aqui referido o desajustamento, a impreparação revelada e até o absurdo das propostas do maior partido da oposição. Mas neste caso, estamos inteiramente de acordo. Criar um dia nacional do cão é uma proposta fundamental para resolver os graves problemas que assolam o país. Creio, de resto, que a voz distanciada de Pacheco Pereira, nos dará razão.

segunda-feira, junho 05, 2006

Micro-causa

Depois da entrevista da Ministra da Educação, ontem transmitida pelo canal 2 e pela Rádio Renascença e hoje publicada resumidamente no Público, apelamos à divulgação da pergunta feita por Vital Moreira, por toda a blogosfera:

"Aumento de 100% das despesas, com menos alunos e poucos mais professores, e sem nenhuma melhoria dos indicadores do ensino. Para onde foi essa imensa quantidade de dinheiro? Quem é que está a "assaltar" o orçamento do Estado? (...) Depois disto, o mínimo que se pode exigir é toda a informação sobre as finanças da educação. E, já agora, uma comparação entre as remunerações dos nossos professores com os de outros países da UE, em termos de paridade de poder de compra."

Por que não querem a avaliação

A prática de discriminação classista (de classe social) e de discriminação dos alunos julgados como "casos perdidos", na constituição das turmas no ensino básico e atribuição das "melhores turmas", segundo aqueles critérios, aos professores com estatuto profissional mais elevado (mais anos de carreira), ficando para os professores com menos experiência as "turmas piores e mais difíceis", é factualmente verdadeira. Posso provar isso, com vários casos que conheço, em várias escolas de vários pontos do país. Não admira, pois, que seja tão difícil obter junto das escolas, dados sobre as taxas de abandono e insucesso escolar. Sucede que esse é um tema tabú do ensino em Portugal e por isso fez levantar tantas vozes. Mas não é por acaso que ele é um tema tabú, pois é um dos dados do sistema de ensino, tal como ele foi sendo construído nos últimos vinte anos.

Farmácias

Mais um motivo para a disseminação de farmácias pelos hipermercados e lojas de conveniência. Cerca das vinte horas vou a uma farmácia e sou atendido através de um sistema que julgava exclusivo das trocas de seringas potencialmente infectadas. Ultra segurança, contra eventuais assaltos. Quando me devolvem a factura percebo porquê. Sobre um artigo de seis euros foi-me cobrada uma taxa de um euro e meio. É preciso precavermo-nos dos assaltos.

Aviso aos insectos

que por aí andam raivosamente a picar: Já comprei repelente.

quinta-feira, junho 01, 2006

01 de Junho


















Faria hoje oitenta anos. Eu fiz um pouco menos...

Deveras preocupante é preocuparmo-nos

São cada vez mais as questões em relação às quais dizemos: "é preocupante", "preocupa-me imenso". Os professores, por exemplo, há mais de dez anos que se preocupam com o crescendo da indisciplina e violência nas escolas. Os cidadãos, em geral, preocupam-se com imensas coisas. Vejo aqueles que não têm filhos, por opção, preocuparem-se com a queda da taxa de natalidade, os empresários preocuparem-se com a falta de competitividade das suas empresas, os caçadores preocuparem-se com a extinção das espécies que outrora caçaram mais ou menos indiscriminadamente, os que utilizam o automóvel para todas as deslocações, mesmo as de dois quilómetros, preocuparem-se com a ultrapassagem dos limites de poluição do ar. Seria enorme, e fastidiosa, a lista de questões preocupantes e que preocupam toda a gente, o que é deveras preocupante. Enquanto isso, as questões preocupantes aguardam que alguém se preocupe em resolvê-las.

quarta-feira, maio 31, 2006

Seja bem vindo ao fórum ©

Maria de Fátima Bonifácio, não é taxista. Não, é doutora e fala-nos provavelmente da Lapa ou coisa parecida:

" aquelas crianças são delinquentes(...) É preciso que haja medo do professor, para o respeitar(...) Os pais analfabetos não podem pronunciar-se sobre a educação escolar dos seus filhos"

Debate sobre uma reportagem que retratava cenas filmadas de indisciplina e violência na sala de aula de uma escola de um bairro periférico da Grande Lisboa.

Sobre a avaliação dos professores

Vai para aí uma grande ignorância sobre o que é avaliação. Um processo de avaliação do desempenho profissional de uma determinada profissão, de um projecto, de uma actividade, não é um exame ou um julgamento em que alguém vai examinar ou julgar outrém. O facto dos pais serem ouvidos no processo de avaliação dos professores não quer dizer que "a avaliação dos professores passe a ser feita pelos pais e encarregados de educação". O desempenho profissional dos professores, como de todas as profissões possui várias dimensões. A avaliação de cada uma delas exige um conjunto de critérios, vários indicadores, o maior número possível de fontes de informação. No caso, a dimensão pedagógica, a didática, a relacional, com o aluno, com os pais e encarregados de educação, com os restantes agentes da comunidade escolar, etc. Faz algum sentido que uma das partes não seja auscultada? Faria algum sentido a avaliação do ensino superior sem inquirir os estudantes universitários, ou a avaliação de um curso de formação, sem inquirir os formandos? Qualquer processo de avaliação tem que cruzar indicadores objectivos e até quantificáveis, com a percepção que os destinatários do trabalho em avaliação têm do desempenho dos profissionais em causa. No vertente caso, em que os alunos são menores de idade, os pais ou encarregados de educação têm de ser chamados a participar desse processo e até a serem responsabilizados por via da tomada de consciência da importância do seu papel social enquanto pais. Não se percebe, pois, senão por ignorância, ou má-fé, o espanto, ou repúdio, pela notícia da participação dos pais e encarregados de educação no processo de avaliação dos professores.

Trainspotting

É bem verdade que são uns mentirosos. Por isso é que eu que sou economista, tenho duas bebés gémeas para tratar, uma intensa carreira na publicidade e não consigo actualizar isto em seis minutos, não tarda, vou ali dar uma volta e até qualquer dia...

terça-feira, maio 30, 2006

Nota de desagravo (2)

A selecção dos pequeninos da bola fez má figura, mas pelo menos o guarda-redes redimiu-se, pela auto-flagelação, partindo o próprio pé ao pontapear uma barra da baliza.

Nota de desagravo

Os preços dos combustíveis baixaram, na sequência da quebra do preço do pretróleo. Não na mesma proporção, mas baixaram.

Não há coincidências (2)

Perante o simples anúncio de que os professores irão ser avaliados, o sindicato do costume ameça com uma "guerra terrível".

Não há coincidências

Uma praga de insectos invadiu o país a 28 de Maio.

Dúvida pouco cartesiana (corrigido)

O selo que se pretende seja pago sobre cada e-mail, pode ser lambido antes de colado?

Reprise

É impressão minha, ou o Prós e Contras da noite passada foi uma repetição de outro que já tinha dado?

quinta-feira, maio 25, 2006

As grandes vias do não desenvolvimento

Oportuno, este post de Hugo Mendes. No caso português, as auto-estradas e itinerários principais que na última vintena de anos rasgaram o país, ao invés do que mais frequentemente é avançado, terão contribuído mais para a saída rumo aos grandes centros do que para a entrada nas pequenas localidades do interior. Com muita frequência, aqueles que persistem em nessas localidades residir, referem que o "desenvolvimento das vias rápidas" passa velozmente ao lado das suas localidades e facilita a saída, por motivos de emprego, lazer, serviços de saúde, etc, para onde existem as dinâmicas de vida urbana. Onde o emprego, os equipamentos de lazer, os serviços, estão mais densamente concentrados. Acreditar que facilidades de comunicação conduzem, isoladas e automaticamente, à revitalização, equivale a pensar que o crescimento económico gera automaticamente desenvolvimento.

Razões pessoais, íntimas

Por razões pessoais e também íntimas, cem mil euros vinham mesmo a calhar.

Trainspotting

O país real, A oposição irreal, O país real, A oposição irreal.

E o que é que tem o Barnabé que ele está de volta?

Primeiro anunciou-se um terramoto. Logo de seguida veio o arrastão.

terça-feira, maio 23, 2006

Eu hoje acordei assim... ©



















Com vontade de disparar indiscriminadamente sobre agências de comunicação, políticos da revista Caras, pseudo virgens do jornalismo, fornecedores de maus serviços de internet, etecétera, etecétera...

Ética na comunicação social












Lembram-se?

Por falar em canalizar

O seleccionador nacional de futebol de Angola no aeroporto de Luanda, de partida para a Alemanha, disse aos jornalistas que "com a paz é possível fazer muitas coisas, uma vez que o dinheiro que era canalizado para a guerra agora é canalizado para o futebol e os resultados estão à vista".

Pergunta: Não dá para canalizar água potável e saneamento básico, só para reduzir um pouquinho o número de mortes por cólera?

segunda-feira, maio 22, 2006

As causas da coisa

Não tenho grandes dúvidas. Quem vai pagar o facto do Prozac estar esgotado nas farmácias do país, será a selecção nacional de futebol.

Coisas da jangada de pedra à beira-mar inerte

O espírito cosa nostra continua a dominar na jangada de pedra à beira-mar inerte. Agora os proprietários da SporTv querem impedir a exibição do seu canal em restaurantes e cafés. As economias de escala determinam as regras, mesmo nas indústrias de conteúdos. O objectivo é alargar o número de pagantes mediante assinatura de tal canal.

Hoje, numa televisão perto de si

Há personagens, umas mais mediáticas, outras menos, que jamais enxergam a realidade e muito menos se enxergam a si próprias. É o efeito narciso que abaixo descrevi. Como cantava Caetano Veloso: "Narciso acha feio tudo quanto não é espelho". O mitómano auto-centrado, para mal dos seus pecados, tem com frequência um "amigo" que o elogia em qualquer circunstância. Um "amigo" incondicional que lhe dá sempre uma massagem ao ego, impedindo-o, assim, que se auto-analise.

A espaços iremos assistir ao regresso destas personagens, expondo o ridículo da sua auto-defesa e auto-justificação, invariavelmente com os mesmos resultados, o que será sempre triste e lamentável.

Quem são, na realidade, os contribuintes?

Tem razão o LNT. Muitas vezes se contrapõem os contribuintes aos funcionários da Administração Pública. Sucede que esses funcionários são efectivamente contribuintes. Já os restantes contribuintes, nem sempre contribuem com o que deveriam contribuir...

quinta-feira, maio 18, 2006

O livre funcionamento dos mercados

O preço do petróleo atingiu hoje o seu valor mais baixo das últimas cinco semanas. Aguardo, portanto, que a liberalização dos preços e do funcionamento do mercado funcionem de facto e as gasolineiras baixem, na mesma proporção, os preços dos combustíveis, para ir atestar o depósito. Mas por que será que acho prudente aguardar sentado?

Eu hoje acordei assim... ©



















Luis Figo

Preocupado com a saúde desta senhora que tem vindo a acordar assim: variando entre o cigarro entre os dedos e o cigarro entre os lábios.

Aniversários

Ao libertário do Mondego os parabéns por três anos de árduo trabalho de Almocreve.

Ao bichos carpinteiros os parabéns por um ano de persistente trabalho sobre a madeira desta jangada à beira-mar inerte.

Errata: Foi corrigido o link para o "libertário do Mondego". Por lapso, remetia para o Abrupto.

A frase do dia (ontem)

"Quem é o Quaresma?"

JPP no programa Quadratura do Círculo.

Post-scriptum: Concordo inteiramente com a perspectiva de JPP em relação à mediatização do futebol em Portugal. Já começou a intoxicação futeboleira.

terça-feira, maio 16, 2006

As causas da coisa

A participação cívica dos portugueses é, como se sabe, baixíssima. Mas quando se trata de exigir dos recursos do Estado que sejam infinitos para satisfazer o nacional-bairrismo, nascem debaixo das pedras movimentos cívicos como cogumelos.

O maravilhoso mundo da bola

Scolari, que como sabemos ganha uma escandalosa fortuna para seleccionar 23 jogadores, veio dizer-nos que será muito difícil passar aos oitavos de final, pois teremos de jogar com autênticos potentados da bola, como Angola, México e Irão. A fasquia de ambição, para o vice-campeão da europa, está elevada.

segunda-feira, maio 15, 2006

Lugares comuns: os extremos tocam-se

Uma manifestação com sessenta pessoas denunciava como efeito da "globalização e do capitalismo selvagem", que combate, o epifenómeno de Vila de Rei. Pelo inimigo comum, um bom aliado de algumas organizações que conhecemos no outro extremo do espectro político.

Business e res publica

Concordo que bispos e cardeais não têm que ter lugar reservado no protocolo do Estado. Mas confesso que me preocupa mais o facto de causídicos que, legitimamente na sua vida profissional e privada defendem interesses privados, terem ilegitimamente, na sua vida pública, "lugar reservado" onde se fazem as leis que também regulam aqueles interesses privados. Sobretudo acho mais consequente e nefasto para a transparência democrática e boa governance, este último "lugar reservado".

sexta-feira, maio 12, 2006

Numa televisão ou livraria perto de si

Quando nasceu os pais levaram-no a um adivinho, Tiresias, para saber o futuro do rebento. Este disse-lhes que a criança teria uma longa vida desde que jamais visse a sua própria imagem. Infelizmente, certo dia Narciso viu a sua imagem reflectida num espelho de água e, ao contemplar-se, tão forte foi o amor que sentiu por si próprio que, insensível ao resto do mundo, com os olhos fixos na imagem que o espelho de água lhe devolvia, morreu. Nunca chegou a perceber o que lhe tinha acontecido.

quinta-feira, maio 11, 2006

Trainspotting

"A palavra censura não deve ser usada com tanta ligeireza; como a liberdade de informação não dispensa quem a usa da avaliação, por terceiros, da responsabilidade do seu uso. Neste caso concreto discordo do critério editorial da redacção do DN, que considero irresponsável. E não aceito que não possa avaliar o que a imprensa escreve, o que inclui pronunciar-me sobre a construção da sua agenda. Reivindicar a possibilidade de agir sem se estar sujeito à apreciação crítica do que se faz é reivindicar mais do que um estatuto de irresponsabilidade: é reivindicar um estatuto de divindade que trata as críticas como blasfémias."

In: Canhoto.

(***)

Early morning blogs

In: French kissin'

Pseudo incentivo à natalidade

Actualmente a média de filhos por mulher em idade fértil é de 1,5. A maioria dos casais tem, portanto, um filho. Seguem-se os que não têm nenhum e os que têm dois filhos. Os primeiros e os segundos vão passar a contribuir mais. Os terceiros vão ficar na mesma. Ainda que estejam acima da média na procriação, para quem cogitou a medida dois filhos por casal não aquece nem arrefece. Só uma percentagem residual, portanto, vai passar a contribuir menos: são os que têm três ou mais filhos. Duas consequências: a) O que o Estado vai arrecadar mais em receitas é incomparavelmente superior ao que vai ter como despesas de pseudo incentivo à natalidade, logo, a medida é uma forma disfarçada de crescimento de receitas quando já não se pode aumentar mais essas receitas pela via dos impostos. b) Entre a minoria dos que têm mais de dois filhos, uma parte muito razoável pertence aos sectores socio-economicamente privilegiados. São, portanto, também, as famílias das classes médias-altas que tendo frequentemente mais de dois filhos saem beneficiadas da medida.

terça-feira, maio 09, 2006

Parágrafos

E por hoje é tudo. Como diria Bárbara Guimarães, que fez poucos ditados na sua vida escolar: Ponto final parágrafo e acabou.

A capital do império

Este fim-de-semana estava-se bem à beira-rio em Lisboa. Cheirava a capital do império. Não. Não se trata de uma qualquer nostalgia do império, mas antes da memória de um tempo e de um espaço de cheiros.

Cinismo

Ninguém ainda perguntou a António Pires de Lima o que ele gostaria de ser se não fosse cínico? Ou, alternativamente, ninguém ainda lhe disse que o cinismo em política não pode ser assim tão primário?

Uma OPA hostil na política partidária

No congresso do CDS este fim-de-semana o jovem promissor João Almeida lançou um repto que configura um autêntico anúncio de uma OPA hostil sobre o PSD. Não admiraria que Marques Mendes viesse dizer que, para quem chegou agora ao mundo dos políticos crescidos, está muito atrevido o jovem João Almeida.

sexta-feira, maio 05, 2006

Voando sobre um ninho de cucos

Repetindo-me

Existe na blogoesfera uma prática que, aliás, é uma técnica de marketing, também muito usada no universo da produção intelectual e científica. Consiste em ignorar olimpicamente a produção dos outros. Assim, a nossa produção surge sempre como a descoberta da pólvora. Mesmo quando se trata de pólvora seca. No caso da produção intelectual e científica publica-se um texto em revista científica com uma bibliografia de tamanho quase idêntico ao do texto, mas nela apenas se incluem os artigos do próprio e os artigos dos colegas estrangeiros, com os quais não se está em concorrência. Quanto aos colegas nacionais, com obra publicada sobre o tema, olímpica ignorância. Não deixa de ser também uma forma de provincianismo. Mas apenas aparente. Já que não se trata tanto de venerar o estrangeiro enquanto se ignora o nacional, mas antes de venerar o próprio ego em detrimento dos outros que nos rodeiam. Eis como eles se elegem, aos olhos dos outros e aos seus próprios olhos, como os grandes descobridores da pólvora.

sexta-feira, abril 28, 2006

Assim não dá

1. Perante a apresentação da reforma da segurança social pelo governo, ontem no parlamento, o PSD, pela voz do seu líder, disse nim. O CDS ficou-se pelas graçolas do costume do marialvismo do partido sexy: 'nós aqui neste grupo parlamentar damos o exemplo para resolver o problema da taxa de natalidade. Nos últimos tempos vários de nós fizeram filhos'. Ah machão!

2. Na blogosfera, os patrulheiros do costume, sempre à cata de casos e erros de governação, disseram zero à proposta de reforma da segurança social.

3. Assim não dá. Estão difíceis os tempos. Para a oposição.

4. Que lindo está o dia.

Pontaria

Enquanto o governo está em Trás-os-Montes a anunciar a decisão de construção, nos próximos seis anos, de uma auto-estrada e outras vias (num total de 270 km) naquela região empobrecida do país, Marques Mendes está no Alentejo a dizer que 'o governo entre governar para criar desenvolvimento e governar para gerir o empobrecimento, optou pela segunda hipótese'.

Retratos da preguiça na blogosfera



Dedicado ao mais célebre gato da blogosfera nacional: o Varandas.

Tenham um Bom Fim-de-semana !

Para além da esquerda e da direita

Há quem defenda que a dicotomia já não faz qualquer sentido para ler e interpretar politicamente a realidade. Pode ser que assim seja. Porém, pelo menos no caso português, tomemos como exemplificação prática os seguintes dados: Após o discurso do PR no parlamento, no dia 25 de Abril passado, as bancadas mais à esquerda permaneceram silenciosas, enquanto as restantes aplaudiram. Durante a cerimónia, uma referência aos militares de Abril fez levantar em aplauso as bancadas mais à esquerda, enquanto as restantes permaneceram em silêncio absoluto. Em ambos os casos, são silêncios que dizem muito da pertinência da divisão esquerda direita, no caso português. Do mesmo modo que diz muito o facto de uma só bancada ter aplaudido em ambas as situações. Trata-se do partido charneira do espectro político nacional. Pese embora o facto desse lugar ter sido frequentemente almejado por outros, a verdade é que ao longo dos trinta e dois anos de democracia, ele foi sendo conquistando pelo PS, com muita pena daqueles que defendem a inoperacionalidade da divisão esquerda versus direita.

Hipocrisia económica

Como se responde a uma empresa que, sabendo-se sem concorrência e, portanto, numa situação de monopólio no mercado, no caso a EDP, termina uma missiva a um seu cliente (sem possibilidade de escolha) da seguinte forma:

"Esperando poder continuar a merecer a sua preferência (...)" ?

quinta-feira, abril 27, 2006

Eu gosto é do verão (Morning glory)

O sol a brilhar, os abdomens ao léu, o Cohen a dizer-me ao ouvido: "No words this time? No words. No, there are times when nothing can be done. Not this time. Is it censorship? Is it censorship? No, it’s evaporation. No, it’s evaporation.". Ah! E uma imperial que vem mesmo a calhar.

Trainspotter (tinha-me esquecido...)

"O último produto de Margarida Rebelo Pinto entrou directamente para o topo da tabela de vendas da FNAC e da Bertrand. Por obra e graça da Divina Providência Cautelar. Quando a dita for levantada (e será, sem dúvida) o tal de "Bróculos e Alforrecas" também vai vender que nem pãezinhos quentes.

Chama-se simbiose à associação heterogénea de dois seres vivos, com proveito mútuo."

in: Guarda-Factos. Imperdível também este texto, a propósito do tema "os comentadores da blogosfera"

Amigável

Em entrevista ao Diário Económico Marques Mendes defendeu que o governo deveria encetar negociações para "rescisões amigáveis" na administração pública. Sugerimos, pois, que se iniciem amigavelmente as negociações pelas resmas de funcionários que ele próprio, amigavelmente, enquanto ministro dos governos de Cavaco, fez entrar para a administração pública.

A sério?

Marques Mendes em entrevista ao Diário Económico defendeu a estabilidade governativa e afirmou não ser desejável antecipar eleições.

quarta-feira, abril 26, 2006

A diferença está aqui

A única forma de reduzir a exclusão e a desigualdade social é criar riqueza e redistribuí-la com justiça social. Ora, sucede que criar riqueza no mundo actual só é possível com um forte e permanente investimento na tecnologia e no conhecimento. Este foi o sentido das palavras do Presidente ontem no Parlamento. Este é o sentido do discurso que Sócrates tem feito e a orientação política que tem seguido. A diferença está em que se alguém chegou tarde a esta orientação política, esse alguém é Cavaco Silva. Mas se chegou agora ainda bem. Mais vale tarde do que nunca. Por isso, a conclusão comparativa entre Cavaco e Sócrates que JPP retira do discurso de Cavaco nas comemorações do 25 de Abril, é, de facto, pura desonestidade intelectual, má-fé e malabarismo argumentativo.

Harakiri

"Os jogadores não gostam do Vitória, porque se gostassem morriam no campo e eles não morrem."


Adepto do Vitória de Guimarães em reportagem televisiva.

terça-feira, abril 25, 2006

Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

segunda-feira, abril 24, 2006

Poemário

Paraíso estanque:
estrelas a mais
barrando
a subida.

Luiza Neto Jorge (1939-1989)
A Lume

in: Poemário, Assírio e Alvim, Lisboa, 2006.

domingo, abril 23, 2006

Retratos da preguiça na blogosfera










Foto gentilmente sugerida pelo LNT (não anónimo Luís Novaes Tito) do Tugir.

Trainspotter

"É isto que mais gosto em JPP. Na Blogos escreve dos jornais e nos jornais da Blogos. É saudável, evita-se que de uma ou outra forma se perca a escrita."

in: Tugir.

Economia de casino

Parece que há quem tome a metáfora à letra.

quinta-feira, abril 20, 2006

Tempo

Geralmente nebuloso, com poucas ou nenhumas abertas.

quarta-feira, abril 19, 2006

19 de Abril de 1506

Sobre a mobilização do espectáculo

O drama, para os que avaliarem os tempos actuais enquanto redutíveis à mobilização do espectáculo como fonte de mais-valias, será tão somente este: o que permanece entre dois eventos espectaculares, e para além deles, é um longo intervalo cheio de vazio.

terça-feira, abril 18, 2006

Alerta azul




















É lançado a 2 de Maio no Canadá e a 23 de Maio nos EUA. Depois não digam que eu não alertei. Esta produção de Leonard Cohen vai dar muito que falar.

Hallelujah (tardio)

"Hallelujah"

(Com os cumprimentos da gerência deste estabelecimento)

Now I've heard there was a secret chord
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do you?
It goes like this
The fourth, the fifth
The minor fall, the major lift
The baffled king composing Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah
Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you
To a kitchen chair
She broke your throne, and she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

You say I took the name in vain
I don't even know the name
But if I did, well really, what's it to you?
There's a blaze of light
In every word
It doesn't matter which you heard
The holy or the broken Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

I did my best, it wasn't much
I couldn't feel, so I tried to touch
I've told the truth, I didn't come to fool you
And even though
It all went wrong
I'll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah

Leonard Cohen

sexta-feira, abril 14, 2006

Roído de inveja (esse pecado mortal)

... foi como fiquei ao ler que perante o pedido de uma garrafa de Barca Velha, feito no Bloguítica, o seu autor vai ser presenteado por um exemplar do precioso néctar, por parte de alguém que tomou o pedido à letra. Mesmo sabendo que não há almoços grátis, quanto mais garrafas de Barca Velha, não queria deixar de registar aqui o meu plágio. Hoje mesmo comprei um excelente borrego, a colocar no forno para fingir que também celebro o que dizem ter sido a ressurreição do Homem filho de Deus. Sucede que a gerência do hipermercado topou que eu surripiava, salvo seja, em doses razoáveis, um muito aceitável vinho a preço mais do que aceitável e, vai daí, sacaram o divinal líquido da prateleira, certamente para regressar findo o período pascal, com preço mais condizente com os interesses terrenos. Em suma, vinha mesmo a calhar uma garrafinha de Barca Velha ou congénere, quiça ainda em tempo de regar adequadamente o dito cordeiro de deus.

Duplo air-bag sem paridade

"Cientistas americanos afirmam que ter uns quilos a mais pode ser muito útil - mas apenas ao volante. Os investigadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, analisaram mais de 22 mil acidentes rodoviários e concluíram que os homens com uma barriga avantajada têm maiores probabilidades de sobreviver ao choque do que os condutores magros. A razão é simples: segundo os cientistas, o pneu de gordura pode funcionar como um airbag anatómico e ajuda a absorver o impacto do choque. No entanto, mulheres mais pesadas não desfrutam dos mesmos benefícios porque a gordura tem tendência para se alojar noutras áreas - e não na barriga. Mas não se pense que os homens encontraram aqui uma desculpa para deixar crescer a sua barriga de cerveja, porque o estudo revela que esta regra apenas se aplica a condutores moderadamente pesados. "O risco de morte aumenta significativamente nos campos opostos de massa corporal (os mais magros e os mais gordos) entre os homens, mas não entre as mulheres", concluíram os investigadores."

Lido no sítio da Galp Energia

Aviso à navegação

No peditório que os media puseram a circular, da cantilena do pobrezinho do povo que os políticos são uns malandros que não querem trabalhar, não dou nem uma moedinha.

Ao sabor da quadra

O líder da CIP, Van Zeller, acredita que em Portugal as consequências do desemprego nunca atingirão os níveis de anomia que se verificam em países mais desenvolvidos. Referia-se aquele líder dos capitães da indústria nacional, sem citar o conceito, ao que, em tempos, Boaventura Sousa Santos designou por sociedade providência. Pois eu creio que a continuarmos assim, do estado providência diremos que, entre nós, se finou ainda antes de saír da infância, da sociedade providência que padeceu de velhice e não sobreviveu à tardia, mas inexorável, urbanização do país. Paz à sua bondosa alma. Restar-nos-á, pois, a divina providência, o que poderá ser muito reconfortante para algumas alminhas, mas de nada vale às nossas barriguinhas.

quarta-feira, abril 12, 2006

Por falar em decadência europeia
















Já há resultados oficiais das eleições em Itália?

O que eles têm em comum

Há, no mundo actual, um curioso triângulo de confluência ideológica. Uma plataforma de entendimento composta pelo conservadorismo da direita dos valores, pela esquerda do totalitarismo colectivista e saudosista do sovietismo e pelo fundamentalismo islâmico. As três correntes de pensamento partilham de um ódio visceral a uma civilização que consagra a liberdade dos indivíduos como um valor fundamental.

terça-feira, abril 11, 2006

Decadências

É claro que as uniões de facto e o matrimónio não podem ser colocados no mesmo plano. As uniões de facto são incomparavelmente preferíveis. De resto, se todos os que optam por contrair matrimónio optassem pela união de facto, evitavam contrair uma doença que grassa na europa decadente: as elevadas taxas de divorcialidade.

E se a questão for esta?

O que é preferível? Ter um emprego garantido pelo menos por dois anos, que pode, ou não, durar por mais tempo, ou não chegar a ter emprego nenhum?

La decadanse (à atenção do Prof. Doutor JC das Neves)

(Para ouvir, accione o toca-discos ao lado)

Tourne-toi
- Non
- Contre moi
- Non, pas comm'ça
- ...Et danse
La décadanse
Bouge tes reins
Lentement
devant les miens
- Reste là
Derrièr' moi
Balance
La décadanse
Que tes mains
Frôlent mes seins
Et mon coeur
Qui est le tien
- Mon amour
De toujours
Patience
La décadanse
Sous mes doigts
T'emmènera
Vers de lointains
Au-delà
- Des eaux troubles
Soudain troublent
Mes sens
La décadanse
M'a perdue
Ah tu me tues
Mon amour
Dis m'aimes-tu?
- Je t'aimais
Déjà mais
Nuance
La décadanse
Plus encore
Que notre mort
Lie nos âmes
Et nos corps
- Dieux Pardo-
Nnez nos
Offenses
La décadanse
A bercé
Nos corps blasés
Et nos âmes égarées
- Dieux!
Pardonnez nos offenses
La décadanse
A bercé
Nos corps blasés
Et nos âmes égarées

(Serge Gainsbourg e Jane Birkin)

Decadência

Quando se fala da "decadência da europa" está a falar-se de que europa? Essa europa de que se fala inclui os EUA e o Canadá? [isto é, estamos a falar da 'matriz cultural europeia'?] É que me parece que alguns dos "índices de decadência" apontados à Europa detêm valores mais elevados em países como os EUA e o Canadá do que na Europa geograficamente dita.

Post-scriptum: coloco a questão porque, em regra, os aurautos da tese da "decadência da europa", em termos sócioeconómicos e políticos, contrapõem-na à "vitalidade norte-americana".

A fé move montanhas

No Dia Seguinte da Sic-n, 43% dos que telefonaram acreditam que os três lugares cimeiros do campeonato da 1ª liga de futebol, ainda não estão decididos.

A fé divide os homens

Como fica demonstrado no caso prático dos clubes de futebol.

sexta-feira, abril 07, 2006

To whom it may concern

Sei de um jovem português nascido no ano de 1978, que não vive em Portugal. Vive em constante jet-lag. Entre Moçambique, o Brasil, os EUA, a China, a Finlândia, a Inglaterra. Devido à sua actividade profissional. Como entre nós não havia um curso superior que, para abreviar, traduzo por 'produção de espectáculos', aquele jovem foi para uma universidade inglesa fazer o tal curso. Actualmente tem uma empresa na área da "montagem de espectáculos" sediada em Inglaterra (no seu apartamento) e que trabalha no globo. Daí a sua mobilidade global, sempre acompanhado pelo seu palmtop Nokia e pelo portátil Apple, com ligação permanente à world wide web. Sucede também que este jovem é um daqueles militantes do Fórum Social Mundial e do movimento anti-globalização que, sempre que pode, lá vai atirar umas pedras à globalização. O que este jovem não sabe é que atira umas pedras a si próprio, à sua actividade, ao seu estilo de vida, à época em que vive. A globalização não é o G8 mas uma época, com um regime económico e com estilos de vida respectivos, nos quais ele está inserido como poucos e, cada vez mais, como muitos. Mas isso ele ainda não percebeu.

"Para Angola já e em força"

Anda tudo admirado com as taxas de crescimento do PIB de dois dígitos de Angola. No Canhoto chama-se a atenção para algo que não vi ainda ninguém alertar: o ponto de partida. Se olharmos apenas para os números relativos, o que não vemos é que este é um crescimento que resulta do nível muito baixo de partida, há bem poucos anos. Conjuntura igual já ocorreu, de resto, em Angola. Importa chamar a atenção, aos que desconhecem esse facto, que anos antes de 1974, consequência da estratégia de Salazar em 1961 (reforçada com o marcelismo em 1970) face a Angola, também se registavam taxas de crescimento de dois dígitos na economia da então "província ultramarina". Porventura, aliás, as taxas mais elevadas de todas as economias mundiais, à época. Isso não fazia de Angola um país no rumo certo do desenvolvimento, tal como agora não faz e sobretudo não fazia de Angola um país isento de níveis miseráveis de desenvolvimento humano (para usar o conceito da ONU), tal como agora não faz.

Isto não está nada fácil (plágio concorrente)

Se atentarmos bem nas falências recentes na blogos, rapidamente percebemos que a coisa não está fácil. O governo governa, o presidente, como previ aqui, tem mais que fazer que dar a mão à direita e deixa governar, que isto não está para brincadeiras de birras e bébés em incubadoras. E depois estamos em Abril, os passarinhos fazem os ninhos, não fazem guerras. Mas se repararmos bem nas falências na blogos, percebemos que acima de tudo Abril é o "mês da direita fugir para o Brasil".

quarta-feira, abril 05, 2006

Retratos da preguiça enquanto ela própria

0,29

A avaliar pelo correio electrónico que recebo com frequência indesejada, nos tempos actuais só há uma coisa que se quer muuuuito pequena: o spread do empréstimo bancário.

terça-feira, abril 04, 2006

O marketing agressivo dos desesperados

1. Esta noite vou dormir descansado. Ao fim de vinte e sete dias com telefonemas diários da PT para me forçarem - é o termo - a aderir aos seus planos de preços, não recebi hoje nenhum telefonema. Já pensava apresentar queixa policial por perseguição e invasão das minhas escolhas como consumidor. O marketing agressivo é sempre uma opção dos desesperados.

2. Entretanto, do outro lado da moeda concorrencial, os funcionários da SONAE.COM, deduziram que têm para me oferecer uma proposta de comunicações mais barata. A estes devia processá-los por andarem a vasculhar as minhas facturas em comunicações. Se assim não é, como sabem eles que a proposta que têm para mim é mais barata?

Não se brinca em serviço

Ora aí está uma coisa inteligente. Os especialistas de diversas áreas são frequentemente requisitados a emprestarem o seu saber especializado a grandes reportagens, ou simples peças jornalísticas, sem que a contrapartida em referenciação à autoria de uma parte do texto, depois reescrito pelos profissionais dos media, seja sempre a mais correcta. O geógrafo Jorge Malheiros, especialista em Migrações, parece ter resolvido o problema à profissional. A RTP está a anunciar um grande programa, no modelo documentário, sobre a emigração portuguesa nas décadas dos grandes fluxos migratórios para a outra Europa e para as ex-colónias, se bem captei o anúncio, com a referência explícita à "consultadoria científica de Jorge Malheiros". Nem mais. Eis como se fazem as coisas à profissional!

segunda-feira, abril 03, 2006

O país rasca

A linguagem e a respectiva simbologia, utilizadas no spot publicitário da Galp, oportunisticamente a propósito do mundial da bola, apenas vem provar como o nível geral do pais está a descer ao rasca. Mas não é de agora. Há muito que a expressão "filhos da puta" é cantada nos estádios de futebol, como se fosse aceitável que as pessoas se apelidassem com recurso a tais epítetos, e nunca ninguém se interrogou sobre o que isso significa de rasquice que vem à superfície no maravilhoso mundo da bola, mas que é visível em quase todos os universos deste país à beira-mar plantado.

Agradecimentos

Aos seis blogueiros que deram os parabéns ao FC, ou assinalaram o seu 2º aniversário. Obrigado companheiros de bloganço: LNT/CMC, LV, MJMatos, JPT e Real.

Adenda: Aproveitando a oportunidade, ficam os parabéns ao Bomba Inteligente, pelo terceiro aniversário, comemorado há algumas horas atrás.

Complex ?

Bem me parecia que o governo deveria primeiro implementar as medidas Simplex e depois anunciá-las. Como não o fez, e também não coordenou o Simplex com o Prace (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado), o que aconteceu foi que criou no Simplex medidas a serem implementadas em organismos que o Prace dias depois extinguiu.

Literatura, macdonalds e auto-plágios

1. Grandes autores, por exemplo da sociologia, escreveram parágrafos e parágrafos exactamente iguais em livros distintos. Certamente porque achavam importante o conteúdo desses parágrafos, e o que neles era escrito (ou re-escrito) constituía um leitmotiv das suas teorias. Reescrevê-los com recurso a sinónimos seria trabalhoso e desnecessário, porque não se tratava de plágio. Acredito que tais repetições também ajudavam ao volume de saber de páginas feito. Mas será isso ilegitimo? Não creio. Tal estilo de auto-citação dispensa a auto-referenciação blibliográfica, a que tanto se recorre na produção científica, e que obriga à leitura, ou consulta, do texto auto-citado e potencia o lugar nos rankings das citações dos autores das áreas científicas. No paradigma actual, em que quase não se publicam livros científicos de grande volume e em que o número de citações é o critério decisivo da avaliação do mérito dos autores-cientistas, o auto-plágio demonstraria inclusive, caso ainda se praticasse, uma postura de "excesso de honestidade intelectual". Em qualquer dos casos, aqueles autores, independentemente de se re-escreverem, continuaram a ser grandes autores da sociologia.

2. No caso da "literatura light", em que o objectivo primeiro é o sucesso de vendas, e esse depende de um conjunto de técnicas-truques, compreende-se ainda melhor o recurso ao "auto-plágio" de excertos que se julga serem bons no fim a que a respectiva produção se destina: a venda de livros de leitura fácil, destinados, portanto, a um certo consumo de massas. Aquele tipo de livros está para a literatura, como os MacDonalds estão para a restauração. Nunca vi crítica gastronómica sobre hamburgers da fast-food. Não percebo, pois, por que razão a crítica literária se sente tão indignada com a fast-food da literatura, a não ser porque esse tipo de literatura vende livros em quantidades só equiparáveis aos hamburgers vendidos pela MacDonalds. O facto da MacDonalds vender que se farta, não é o motivo pelo qual eu prefiro outro tipo de restauração. Em todo o caso, sempre direi que a MacDonalds é a marca mais bem conseguida, no ramo da fast-food, segmento hamburgers. Independentemente dos hamburgers serem produzidos segundo um princípio de "linha de montagem", sempre iguais, eles são o que há de melhor no ramo da fast-food. Para um consumo de massas, portanto. Por outro lado, devo acrescentar que preferia que todas as pessoas tivessem uma alimentação correcta (eu próprio incluído). Mas, mal por mal, sempre acho preferível saber que as crianças do mundo desenvolvido se empanturram de hamburgers, do que saber que noutras paragens as crianças morrem de subnutrição.

sábado, abril 01, 2006

Word verification

Quando nos pedem na net para repetirmos, por escrito, uma sequência de letras meias tortas, é para testar se estamos a conduzir sóbrios nas auto-estradas da informação, ou é apenas um meio tortuoso de ficarem com o número da nossa carta de condução e, desse modo, controlarem se usamos vias verdes e por que caminhos andamos?

sexta-feira, março 31, 2006

Basic Instinct 2

A pergunta instintiva que todos fizeram foi básica: "Sharon Stone vai voltar a cruzar as pernas?"

A Herança maldosa

Pergunta: Qual destes livros não é da autoria de Clara Pinto Correia?
(seguem-se 4 títulos de livros)
Resposta de um telespectador maldoso:
Provavelmente todos.

Dois anos de Fórum

Começámos assim, em 31 de Março de 2004 :

IMPLORANDO O SOPRO

Implorando o sopro do ser divino
O sopro que dá a vida,
O sopro de muita idade,
O sopro das águas,
O sopro das sementes,
O sopro da fecundidade,
O sopro da abundância,
O sopro do poder,
O sopro da força,
O sopro de todas as espécies de sopro,
Pedindo o seu sopro,
inspirando o seu sopro no calor do meu corpo,
Incorporo o seu sopro
para que vivas luminosamente


América do Norte, Zunhis
Versão: Herberto Helder
In ROSA DO MUNDO, Assírio & Alvim, 2001

quinta-feira, março 30, 2006

Viene mi sevilhana que estas muy sexy








Liberdade crítica

É verdade. A liberdade conquistada com o 25 de Abril de 1974 tem destas coisas. Permite que as pessoas se sintam no direito de recorrer aos tribunais por tudo e por nada. Permite que se escrevam livros a denegrir géneros literários e suas autorias. Permite que algumas pessoas façam sucesso e até vivam bem da 'literatura light', e até permite que alguém ganhe notoriedade pública com a crítica jocosa à 'literatura light'. É isso, também, a democracia.

Essas são as femmes 'fatelas'

"Há umas meninas que confundem «femme fatale» com «gaja fatal»."

in: Estado Civil.

terça-feira, março 28, 2006

Os novos descobrimentos

Se isto não é alta cultura...

E ainda dizem que em Portugal os media desvalorizam a cultura e só oferecem o que os portugueses querem: espectáculo de massas, como as telenovelas e a bola.

"Wender, no chão, deu uma dentada nas partes podengas de Petit."

Terá afirmado Jorge Coroado na Antena 1, segundo lemos aqui.

Este não é o tempo dos amanhãs que cantam

As medidas de simplificação administrativa e legislativa hoje apresentadas merecem, certamente, o aplauso de todos nós. No entanto, vindas de um governo que se tem pautado pelo rigor e pragmatismo da acção, o anúncio daquele pacote de medidas só peca pelo tempo verbal utilizado. Os tempos que correm não são já consentâneos com amanhãs que cantam, requerem o anúncio de concretos presentes, não a divulgação antecipada de futuros, por definição, incertos. A credibilização daquelas medidas, e do governo que as toma, exigiria primeiro a sua implementação e só depois o seu anúncio.

sábado, março 25, 2006

Um partido sexy

O partido sexy é um primo direito da política bonita, essa moça brejeira que se pavoneou pelos palácios do poder aqui há atrasado. Ora, para que o partido sexy encontre a sua prima direita, só há um destino, a disco mais próxima. Para se fazer um partido sexy que se faça à política bonita, é preciso, pois, um movimento sexy. Sim, porque um partido que nasce de um movimento, é outra coisa. Mais bonita. Qualquer coincidência entre a sugestão que aqui deixo aos adeptos do partido sexy e a nossa bomba blogosférica, é pura semelhança. Só no salero...

Senhores deputados e simpatizantes da banda, vamos lá a ensaiar um movimento sexy.

Coreografia: uma mão na cabeça, a outra na cintura e...um movimento sexy...

[Música no toca-disco ao lado. Volume no máximo]

(***)

LA BOMBA, King África

La bomba (sensual)
Un movimiento sensual (sensual)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Y aquí viene el africano con el baile que es una (bomba)
Para bailar esto es una (bomba)
Para gozar esto es una (bomba)
Para menear esto es una (bomba)

Y las mujeres lo bailan así, así, así, así, todo el mundo
Una mano en la cabeza, una mano en la cabeza
Un movimiento sexy, un movimiento sexy
Una mano en la cintura, una mano en la cintura
Un movimiento sexy, un movimiento sexy

Y ahora empiezo a menear
Suavecito para abajo, para abajo, para abajo
Suavecito para arriba, para arriba, para arriba
Suavecito para abajo, para abajo, para abajo
Suavecito para arriba, para arriba, para arriba

Bomba (sensual)
Un movimiento sensual (sensual)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Y aquí viene el africano con el baile que es una (bomba)

Para bailar esto es una (bomba)
Para gozar esto es una (bomba)
Todas las mujeres lo bailan (bomba)
Todas los hombres lo bailan (bomba)
Todas las radios lo ponen (bomba)
Las discotecas lo ponen (bomba)
Toda la gente lo baila (bomba)

Y las mujeres lo bailan así, así, así, así, todo el mundo
Una mano en la cabeza, una mano en la cabeza
Un movimiento sexy, un movimiento sexy
Una mano en la cintura, una mano en la cintura
Un movimiento sexy, un movimiento sexy

Y ahora empiezo a menear
Suavecito para abajo, para abajo, para abajo
Suavecito para arriba, para arriba, para arriba
Suavecito para abajo, para abajo, para abajo
Suavecito para arriba, para arriba, para arriba

Sexy, mami (sensual)
Un movimiento sensual (sensual)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Un movimiento muy sexy (sexy)
Y aquí viene el africano con el baile que es una (bomba)

Para bailar esto es una (bomba)
Para gozar esto es una (bomba)
Todas las mujeres lo bailan (bomba)
Todas los hombres lo bailan (bomba)
Todas las radios lo ponen (bomba)
Las discotecas lo ponen (bomba)
Toda la gente lo baila (bomba)

Pero este cuento se acaba, acaba, acaba, acaba, acaba, acábalo
Y acaba, acaba, acaba, acaba, acábalo
Y acaba, acaba, acaba, acaba, acábalo
Y acaba, acaba, acaba, acaba, acábalo

Bom fim-de-semana ! (incluindo aos agro-urbanoides, disfarçados de rusticitas)