sexta-feira, abril 28, 2006

Para além da esquerda e da direita

Há quem defenda que a dicotomia já não faz qualquer sentido para ler e interpretar politicamente a realidade. Pode ser que assim seja. Porém, pelo menos no caso português, tomemos como exemplificação prática os seguintes dados: Após o discurso do PR no parlamento, no dia 25 de Abril passado, as bancadas mais à esquerda permaneceram silenciosas, enquanto as restantes aplaudiram. Durante a cerimónia, uma referência aos militares de Abril fez levantar em aplauso as bancadas mais à esquerda, enquanto as restantes permaneceram em silêncio absoluto. Em ambos os casos, são silêncios que dizem muito da pertinência da divisão esquerda direita, no caso português. Do mesmo modo que diz muito o facto de uma só bancada ter aplaudido em ambas as situações. Trata-se do partido charneira do espectro político nacional. Pese embora o facto desse lugar ter sido frequentemente almejado por outros, a verdade é que ao longo dos trinta e dois anos de democracia, ele foi sendo conquistando pelo PS, com muita pena daqueles que defendem a inoperacionalidade da divisão esquerda versus direita.

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