sábado, novembro 18, 2006

One from the heart















Broken bicycles,
Old busted chains,
With busted handle bars
Out in the rain.
Somebody must
Have an orphanage for
All these things that nobody
Wants any more
September's reminding July
It's time to be saying good-bye.

Summer is gone,
Our love will remain.
Like old broken bicycles
Out in the rain.

Broken Bicycles,
Don't tell my folks;
There's all those playing cards
Pinned to the spokes,
Laid down like skeletons
out on the lawn.
The wheels won't turn
When the other has gone.
The seasons can turn on a dime,
Somehow I forget every time;
For all the things that you've given me
Will always stay
Broken, but I'll never throw them away

Tom Waits

Cresça e apareça

«Quando Santana Lopes crescer e deixar de falar apenas de tricas políticas para passar a falar dos problemas políticos do país eu estou disposta a falar com ele, até lá não»

Helena Roseta na SIC-N

quinta-feira, novembro 16, 2006

A independência ideológica da Al-Jazeera

Um programa sobre a Al-Jazeera passado na SIC-N, confirma a independência do canal face aos valores dominantes na cultura árabe-muçulmana-islâmica. O noticiário desportivo realça a derrota da selecção de israel face a outra selecção, não me recordo em que modalidade. O momento serve para atacar a política israelita face ao contexto envolvente e nomeadamente face à palestina. Estariamos de acordo com o comentário de opinião (excepto a defesa ímplicita da exterminação de Israel do mapa), porém, no contexto de noticiário desportivo, parece um pouco 'à la soviética'. Depois temos uma reportagem sobre os jogos olimpicos do mundo árabe, para mulheres. Como as mulheres não podem participar em actividades desportivas públicas, têm agora a oportunidade de o fazer em jogos só para mulheres. A reportagem enfatiza como o facto de as mulheres estarem apenas com a face e as mãos descobertas e todo o restante corpo tapado, não é impeditivo da prática desportiva. Uma rapariguinha realça mesmo como o véu não a impediu de derrotar a sua concorrente romena na prova de karate. Imagino que o corpo inteiramente coberto deve ser excelente para o salto em altura, ou em comprimento. Finalmente uma reportagem sobre a abertura do tema sexualidade onde sacerdotes islâmicos têm um programa para falar de sexo. Um desses sacerdotes explicava que o sexo oral, embora em sua opinião seja uma javardice, não é proibido pelos textos. Ainda assim depende do fim a que se destina. Caso haja ejaculação já lhe parecia uma completa nojeira, enquanto que o beijar o sexo do parceiro seria tolerável.

Como é bom de ver, este canal é um escândalo de libertinagem de informação. Uma espécie de CNN Internacional do Médio-oriente.

A leitura acertada quanto ao papel da Al-Jazeera é, em minha opinião, esta de Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos:

«Num período histórico em que o jihadismo reaviva parte da sua função identitária, não é só a rede mundial de computadores que abre novas possibilidades comunicacionais para fomentar leituras de resistência à modernidade. Uma única cadeia de informação, politicamente instrumentalizada e sem qualquer escrutínio intelectual nas sociedades em que é emitida, afigura-se um bem central para a formatação ideológica da esfera pública.»

Leituras recomendadas

Para rir à gargalhada.

Dois casos psicanaliticos

Pedro Santana Lopes e Manuel Maria Carrilho são duas figuras com muito em comum. Configuram o tipo de personalidade que não consegue aprender nunca nada com o que lhe acontece na vida, dado o seu auto-centramento. Há entre a personalidade narcísica e a realidade um desfasamento psicótico. Repare-se como as razões do que lhes sucede estão sempre nos outros e nunca em si próprios. A sua incapacidade para a autoanálise é absoluta porque eles são perfeitos, os outros e a realidade é que estão errados. Uma coisa são as percepções, outra é a realidade. As perspectivas dos outros são percepções da realidade, a visão deles é a própria realidade. Acresce que como o mundo está centrado neles, os outros não têm actividade que não seja orientada para eles. A ocupação dos outros não é senão urdir conspirações para os derrubar. Porque os outros não têm mais que fazer senão pensar neles, pois eles, como se sabe, são o centro do universo. São dois excelentes casos para estudo dos psicanalistas.

Eu é que sou o presidente da junta

Escrevi aqui a 03 de Outubro passado: "Maria José Nogueira Pinto está a investir nas suas funções de vereadora da CML muito para além do que seria expectável do cargo que exerce. Por vezes arrogante na forma, mas pelos vistos eficaz nos resultados, a veradora deixa ficar claro, pela sua acção, que os seus objectivos são bem mais amplos do que o cargo para o qual tão obstinadamente negociou posições dentro da estrutura da CML".

Sucede que o Engº Carmona, independentemente das razões que lhe assistem, também percebeu isso e agora veio dizer que ele é que é o presidente da junta, perdão, da Câmara da capital do país...

segunda-feira, novembro 13, 2006

O PSD na luta de classes

O entusiasmo com que os mais destacados dirigentes e opinion makers do PSD se têm referido às greves e manifestações estará a obrigar à reflexão, para as bandas da CGTP, sobre a possibilidade de alargar àquele partido a Unidade Sindical da Inter.

Marcelo goes North Korean

Como teste empírico à comparação sugerida por Marcelo Rebelo de Sousa entre o resultado eleitoral de Sócrates no congresso e o que se passa na Coreia do Norte de Kim Sung, proponho ao Prof. Marcelo que, por alguns dias, se transforme em norte-coreano e faça, no próximo congresso do PC da Coreia do Norte, criticas ao 'Querido Líder' como as que no congresso do PS fizeram Manuel Alegre e Helena Roseta a José Socrates.

Estará a ver-se ao espelho?

Sendo juricamente legal a hipótese de fazer aprovar uma nova lei de despenalização da IVG, no caso de não aprovação da mesma em referendo, não é eticamente legítima, demonstrando um desrespeito democrático pela vontade popular expressa no voto. Fica tudo dito sobre quem defende a democracia participativa e depois sugere um tal golpe de jure na participação dos cidadãos. Mais estranho ainda quando essa sugestão vem de quem acusa o actual secretário-geral do PS de falta de democraticidade na decisão política.

A rua

Sendo importante, em termos genéricos, um discurso como o de Manuel Alegre no congresso do PS, não é menos verdade que a introdução da "experiência de levar muita cacetada na rua antes do 25 de Abril" por parte de Alegre, como autoridade moral para alertar o governo para que "oiça a rua", é muito discutível. Sobretudo porque uma tal nota pode resvalar para a desvalorização simultânea do significado de totalitarismo e democracia. A subsumida comparação entre as duas situações desvaloriza a liberdade com que as pessoas hoje se manifestam na rua, sem qualquer represália, muito menos repressão e desvaloriza a ausência de liberdade que motivava à luta na rua, menosprezando as condições em que tal luta se efectuava. Ora, convém manter clareza e não lançar fumo sobre o que distingue, de facto, as ruas de hoje e a rua de antanho.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Imposto e impostura

«É teoricamente aceitável que as empresas não paguem impostos. Que paguem apenas as pessoas», disse Lobo Xavier na Quadratura do Círculo. Seria sim, se não houvesse tantos empresários a declarar como rendimento pessoal pouco mais que o salário mínimo.

Comentário no Abrupto

à situação nos EUA e em Portugal...

Falta de progresso no Iraque?

Diz Bush ter sido o motivo da sua derrota eleitoral. Não me parece. O terrorismo tem progredido bastante bem.

quarta-feira, novembro 08, 2006

A new direction

"Things are going to slide, slide in all directions"

Leonard Cohen.

Entretanto nos EUA

Os "anti-americanos" foram às urnas exprimir a sua opinião.

domingo, novembro 05, 2006

Diálogos de sofá



Ele: - Já reparaste que o cabelo vermelho está na moda entre as mulheres de meia idade do PCP e do BE?
Ela: - Mas olha que a minha directora usa o cabelo vermelho e é do PS...
Ele: - Humm...deve ser da facção Alegre-Roseta...

Eles andem por aí

Aquela intervenção de Marques Guedes sobre os cocktails anunciava já a bitola pela qual o PSD se passará a pautar em matéria de oposição. Agora, com o apoio de Marques Mendes a Jardim, na questão dos cortes na nova lei das Finanças Regionais, o PSD espalha-se ao comprido. Lamentável, quando o país precisava de uma oposição realmente responsável e credível.

E quem pagou a notícia da publicidade?

O governo terá pago publicidade institucional numa revista internacional onde supostamente se entroniza Sócrates e se minimiza o papel de Cavaco. Creio ser legítimo perguntar: E quem terá pago a notícia desta notícia, num semanário português, logo replicada numa televisão também portuguesa? Quem pode estar interessado numa intriga entre o PM e o PR? Talvez não seja dificil de perceber que só aqueles que alimentaram expectativas de que Cavaco em Belém poderia ser um contra-poder, uma mãozinha ao seu antigo partido, podem estar interessados em fazer constar que Cavaco assiste impávido e sereno, em silêncio comprometedor, ao trabalho do governo.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Quando Jardim vem a Lisboa

Jardim pode continuar a andar por Lisboa sem segurança. Nós em Lisboa divertimo-nos imenso sempre que o Circo vem à cidade.

Marie Antoinette

Gostei particularmente daquela sequência em que os jovens futuros rei e rainha vão para a night em Paris. É o momento Lux do filme.

Frases que (me) esmagam

"Tens o Neptuno no meio do céu, o que é que estavas à espera?"

quarta-feira, novembro 01, 2006

De Hollanda




















Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhanca toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.