segunda-feira, junho 28, 2004

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Argumentos a favor da decência ética e da racionalidade

“Não tem condições” para ser PM. Aqui, entramos no domínio do misterioso. Muitos o afirmam, mas ninguém o explica devidamente. Parece-me que agora é a altura para o fazer. Está na altura de desenvolverem os argumentos e não se ficarem pelas insinuações e pelas opiniões pessoais (todas respeitáveis mas, como diziam os gregos, e com o todo o respeito, a opinião é o nível mais baixo do conhecimento). [João Marques de Almeida]

Exmo. Sr. João Marques de Almeida, vou então dar-lhe alguns argumentos, não opiniões mas factos, pelos quais alguém pode ou não ser PM. Atenção que os pontos que levanto poderiam ser válidos para qualquer putativo candidato ao cargo. Tome-os como hipóteses teóricas de trabalho. Nada mais. Depois cabe-lhe a si escolher, se perante tais hipóteses continua a achar que sim, ou muda de opinião.

1. O que me diz se uma autarquia entregasse uma obra de reabilitação de um quarteirão de um bairro histórico a uma empresa por um valor que, provavelmente, seria suficiente para reabilitar urbanisticamente uma pequena cidade? Certamente perguntaria qual a relação entre alguém responsável nessa autarquia e a mencionada empresa. Seria?

2. O que me diz se um autarca apresentasse à sua autarquia despesas de representação de uma viagem a Paris que incluem roupas, perfumes, calçado? E que perante a recusa da funcionária em incluir tais despesas na contabilidade e dar-lhes seguimento, porque não elegíveis, essa funcionária fosse sumariamente afastada do seu cargo?

3. O que me diz se um autarca chamasse a comunicação social para informar de um projecto e no fim do show-off, os técnicos perguntassem ao autarca quando começariam a trabalhar no projecto e o mesmo lhes respondesse que "isso agora logo se vê, porque o importante era que a comunicação social divulgasse o projecto"?

4. O que me diz se uma autarquia se regesse exclusivamente pelos media e pela construção de uma imagem gráfica, menosprezando tudo o que é planeamento, as competências técnicas e o trabalho por objectivos e com uma estratégia, em favor do casuísmo, da "gestão das oportunidades", conforme estas vão surgindo ao nascer do sol de cada dia?

Chegam-lhe estes argumentos? Quer mais? Existem mais. Se quiser posso dar-lhe outros. São meras hipóteses teóricas de trabalho para meditação, a meu ver mais que suficientes para que alguém não reuna condições para qualquer cargo público, muito menos para PM...

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