quinta-feira, maio 13, 2004

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SONETO MENOR À CHEGADA DO VERÃO

Eis como o verão
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,

seus múltiplos, longos
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,

seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro -

eis como o verão
entra no poema.

(Eugénio de Andrade)

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