quarta-feira, maio 19, 2004

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Racionalismo cartesiano, ou o conselho do amor tranquilo em lugar do ódio

"Art. 97 - As principais experiências que permitem conhecer esses sentimentos do amor

Ora, considerando as diversas alterações que o corpo sofre e que a experiência mostra quando a alma está agitada por diversas paixões, noto que no amor, quando é sozinho, isto é, quando não é acompanhado de qualquer forte alegria, deseo ou tristeza, o bater do pulso é compassado, e muito maior e mais forte que de ordinário, um brando calor se sente no peito e a digestão dos alimentos se faz muito rapidamente no estômago; de modo que essa paixão é útil à saúde".


(Pieter Bruegel, "o Elder", A Queda dos Anjos Rebeldes)

"Art. 98 - No ódio

Noto, pelo contrário, que no ódio o pulso é desigual e mais fraco e muitas vezes mais rápido; que se sentem calafrios entremeados dum certo calor áspero e picante no peito, que o estômago deixa de funcionar e tem tendência para vomitar e rejeitar os alimentos que se comeram, ou pelo menos corrompê-los e transformá-los em maus humores".

(Excertos de "As Paixões da Alma", Descartes, 1596-1650, tradução de Newton de Macedo, Editora Sá da Costa, 8ª edição, 1978)

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