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Ciência e vida
Porque não existe essa coisa chamada neutralidade e nem sequer objectividade absoluta na ciência, julgo que a ciência muito teria a ganhar se desse mais atenção à subjectividade da vida e incorporasse na sua análise e trabalho científico, de forma assumida, de uma vez por todas, muito do senso comum que a vida necessariamente implica. Mas penso também que para a vida, a aplicação do espírito científico é de uma utilidade extrema. Um pouco mais de ciência na forma como organizamos a nossa vida e o nosso labor diário, em todas as esferas, faria de nós seres mais capazes de aproveitar a vida e de a encarar numa perspectiva mais profícua. Procuro aplicar este duplo princípio do conhecimento de experiência feito. Quando alguém me vem dizer o que outro alguém teria dito, aplico de imediato o princípio da dúvida cartesiana. Afinal a formação científica tem de ter utilidade social e prática, para a vida. Se não tem, para que serve a ciência?
Morreu François Ascher
Há 15 anos
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