terça-feira, maio 11, 2004

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Sobre o uso pornográfico das imagens de tortura no Iraque

A descoberta da existência de tortura, seja ela física ou moral - e quantas vezes a segunda não é pior que a primeira? - numa prisão no Iraque, revela toda a verdade que, certamente, ninguém desejaria que existisse. Mas existe, e ainda bem que uma comunicação livre permite a sua divulgação. Já a exploração pornográfica que os media têm feito daquelas imagens abjectas - protagonizadas por perversas e doentias mentes que marcam pontos, com frequência, nas instituições militares e policiais - essa exploração, parece-me igualmente reprovável e lamentável. Existiu, os media deram disso conhecimento ao mundo. Cumpriram a sua missão, ou vocação profissional. Agora, não nos torturem mais o espírito com a sua infindável repetição.

Neste sentido, embora como já aqui referi diversas vezes, o Barnabé seja um dos meus blogs preferidos (dispenso a repetição das razões que estão referidas nos posts arquivados), não posso deixar de lamentar este recurso a métodos desnecessários, precisamente, porque a razão está do nosso lado. Do lado daqueles que sempre se opuseram à invasão do Iraque, à forma como ela se processou, aos argumentos usados para a justificar e aos motivos porque ela, de facto, se verificou.

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