terça-feira, maio 25, 2004

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OLGA GONÇALVES, excerto de "Só de amor..." (1975)

e quando os passos abafavam jades/e quando era um colar a tua sede/e quando as danças livres aromáticas/gestos do nardo repetiam ecos//e quando a altura inerte respirada/de outras imagens a dormir nas redes/se dirigia lenta para a tarde/onde a rampa do mar domina as velas//e quando a flor se recolheu à sombra/e quando a sombra deslizou no solo/e se evadiu nos íntimos crepúsculos//e quando houve uma forma só de lábios/erosiva argilosa vigilante/a prolongar o litoral nocturno

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