terça-feira, maio 25, 2004

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(Paul Cézanne - Mont Saint-Victoire - 1885)

Poemário

CHEGOU A Primavera até à grande porta
e já a erva oferece um verde de matizes azulados.
As flores rosadas do pessegueiro,
ainda não de todo abertas, são como pequenas bolas.
Esfumaram-se as orlas de jade verde que tinham as nuvens
e agora são somente jade branco.
Quieto está o pó. E eu,
num sonho profético que é fácil de entender,
quebrei e verti uma taça cheia de Primavera.
Pesa nas transparentes cortinas a sombra das flores.
Com os tons cor-de-laranja do crepúsculo
a Lua fende a sua luz desmaiada.
Três vezes em dois anos padeci a ausência
do Senhor de Leste.
Agora ele volta.
A minha alegria excede a nova Primavera.

LI TS'ING CHAO (C. 1081-C. 1140)
Mesa de Amigos
(versões de poesia por Pedro da Silveira)

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