Nem todos os temas são passíveis de humor. Tentar fazer humor, ou ironia que seja, com o tema da ameaça terrorista que vitima como sucedeu em Nova York, Bali, Madrid e Londres, é de indubitável mau gosto. De resto, incompreensível quando provém da boca de alguém que tem as responsabilidades políticas de Freitas do Amaral. Alguém que, em acréscimo de responsabilidade, não é propriamente um parvenu da política. Nos seus tempos de líder do CDS, Freitas era não só comedido na linguagem como até austero, senão sorumbático, no discurso e na postura. Se uma presença mais descontraída condiz com a evolução política, e porventura pessoal, que foi sofrendo nos últimos trinta anos, já o relaxamento no uso das palavras e na justeza da sua oportunidade, é algo que deveria repensar, por maioria de razão do significado simbólico que o seu nome hoje representa no país. A sua justa veemente condenação do apoio de Portugal à invasão do Iraque não condiz com esta afirmação: «Ninguém, no Ocidente, descobriu até agora qual é o critério de escolha dos terroristas, mas custa-me a crer que o critério seja fotográfico»
Post-scriptum: chegámos a esta notícia via Bichos Carpinteiros
Morreu François Ascher
Há 15 anos
1 comentário:
13 de Julho de 2005. 31 crianças morreram durante um atentado suícida em Bagdad. Como ouvi um jornalista dizer, em Bagdad é "7 de Julho" todos os dias. Não, o critério não é fotográfico.
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