quinta-feira, julho 28, 2005

Alta velocidade e carros de bois

Não tem razão, a meu ver, Vital Moreira, neste específico caso. É justamente porque ainda existem situações destas (uma estação ferroviária que mais parece um apeadeiro numa das principais cidades do país) que os megalómanos investimentos da OTA e do TGV (contestados pelo manifesto dos 13) não justificam senão os interesses das empresas de obras públicas e dos construtores civis que farão florescer prédios como cogumelos na proximidade da OTA. Num país que ainda tem estes investimentos por fazer (estações ferroviárias principais com um mínimo de dignidade e condições de segurança) justifica-se investir, desde já, em infraestruturas para a Alta Velocidade? Poder-se-á argumentar que esse investimento passaria, também, por mudar este estado de coisas (como a estação de Coimbra B). Mas pergunto, e as estações onde não venha a passar o TGV? Acontecer-lhes-á o mesmo que às inúmeras estradas secundárias ao lado das auto-estradas e itinerários principais? Quem não teve já a experiência de saír de uma auto-estrada, dessas do período aúreo do fontismo cavaquista, e entrar, logo a seguir, numa autêntica via para carros de bois?

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