O meu post intitulado "
O não argumento" foi recomendado por alguns bloguistas e criticado por outros. Não pretendo prolongar qualquer discussão sobre o assunto, até porque não "durmo em serviço" e o meu candidato não é Cavaco, mas não quero deixar de reiterar que a designação Professor de Boliqueirme, a meu ver, tem subjacente uma narrativa que revela o sentido de assimetrias de poder oriundas do lugar (social e espacial) de origem dos seus protagonistas. O que está em questão não é o epíteto "Professor" mas sim o "Boliqueime". Que o LNT não tenha dúvidas que quando na sua tropa se apelidava os mancebos originários do distrito de Viseu, como "O Viseu", era extactamente isso que estava em jogo. A questão não é de "
pureza linguística escandalizada", argumento reiterado
aqui, mas sim de refutação da discussão política baseada em critérios discriminatórios sustentados no lugar social de origem e nos territórios homólogos, num país em que o seu atraso, no contexto europeu, está ainda profundamente marcado pelas assimetrias territoriais de desenvolvimento e de acesso ao poder, no sentido alargado do conceito de poder. Ao contrário do que julgam os julgadores baseados naqueles critérios, a sua postura não revela qualquer supremacia pretensamente cosmopolita mas, inversamente, um profundo provincianismo de argumentos.
2 comentários:
Tem razão, caro WR.
Mas será que a desvalorização provinciana não decorre de quem tem subjacente ser Boliqueime um território inferior?
E não consigo entender porque razão não considera igualmente a questão do uso do epíteto "Professor"
É que assim como muitos da vida pública, Professores, nunca fazem questão de o usar, a não ser na vida académica ou por outras profissionais, outros (como é o caso) não prescindem dele.
Provincianismos, só pode ser, se considerarmos que a vida política decorre da cidadania e não do grau de instrução.
Isto dava pano para mangas, assim como o dava o tratamento por Viseu. Talvez depois das eleições seja interessante fazer a análise.
Abraço
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