quarta-feira, abril 27, 2005

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A QUESTÃO DE FUNDO EM LISBOA

é o desespero do PCP em perder lenta e inexoravelmente poder em toda a linha, no país. Como é sabido, o único lugar em que o PCP foi conservando poder, a partir do qual lhe foi sendo permitido espaço de combate para o alargar, são as autarquias. Assumir de novo protagonismo central na Câmara de Lisboa, seria um balão de oxigéneo inestimável para a crise geral que enfrenta. Acresce que se o PCP viesse a estar em condições de poder para travar a necessária reforma da divisão administrativa no concelho de Lisboa, isso permitir-lhe-ía preservar uma situação de importância para fazer maioria na assembleia municipal, onde cada junta de freguesia tem um deputado, independentemente do número de eleitores dessa freguesia. Sucede que em várias freguesias de muito pequena dimensão, como o são a maioria das freguesias do centro histórico da cidade, esse deputado é historicamente do PCP. Por razões de eficácia, lógica e racionalidade de gestão da cidade, urge efectuar aquela reforma. Não faz sentido manter num concelho como Lisboa grandes freguesias com dezenas de milhares de cidadãos e outras com algumas centenas apenas. Isto é ilógico e irracional do ponto de vista de uma gestão que carece de eficácia e eficiência. O PS corre o risco de perder as eleições, tendo em vista que o candidato do PSD é Carmona Rodrigues, homem que mantendo alguns tiques de governação semelhantes aos de Santana Lopes, não pode ser confundível com o desatino absoluto deste. Mas o PS ganha em demonstração de firmeza e de não pretensão do poder a qualquer preço, caso tenha visto aqui - na hipótese de vitória não coligado -, uma forma de encetar reformas urgentes e exercer o poder autárquico segundo projecto próprio e não dependente da chantagem política e pressão dos projectos de poder do PCP.

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