quinta-feira, abril 28, 2005

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NÓS POR CÁ É MAIS CAFÉS E LOJAS DE ROUPA

Três conceitos são actualmente basilares ao desenvolvimento e à coesão económica e social, dizem por aí: Competitividade, inovação e governance. Conceitos que se aplicados a Portugal denunciam uma contradição nos termos. Sobre o primeiro a evidência é tal que não merece uma linha. Sobre o terceiro falaremos noutro momento. Sobre o segundo devemos, por um lado, regozijar-nos pelo sentido das mudanças de estratégia no CDS e no PSD. Vão ambas no mesmo sentido. Na tropa chama-se primeira forma. Se o tom anterior deu mau concerto, passemos à primeira música. Retoma-se o PSD em lugar do PPD e o CDS em lugar do PP. Tudo isto nos parece bem, tirando o facto de não haver novidade. Não é um passo em frente, mas dois atrás. Compreensível até, mas nada de inovação. Mas pior ainda é a replicação da antítese da inovação de que os portugueses comuns cidadãos são ímpares adeptos. Se alguém compra um carro, três vizinhos do mesmo prédio vão comprar um carro exactamente do mesmo modelo nos três meses seguintes. Se alguém resolve empresariar, abre um café ou uma loja de roupa. Nos três meses seguintes, na mesma rua, vão emergir três cafés ou três lojas de roupa. Aposto o que quiserem, quanto quiserem, que assim é. Está empiricamente provado. Ora, o que sucede com o PSD e o CDS? Se o PS varreu o PSD e o CDS colocando-se ao centro, o PSD e o CDS ao invés de reocuparem os seus lugares em busca de uma estratégia diferente, inovadora, não. Nada disso. Colocam-se exactamente no mesmo sítio, já congestionado pela maioria absoluta do PS: o centro. Inovação é criar novidade e fazer diferente. Coisa demasiado contrária à cultura nacional. Nós por cá é mais cafés e lojas de roupa.

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