terça-feira, março 21, 2006

Quando as leis do Abrupto funcionam

(LENDO/VENDO/ OUVINDO, BLOGS, JORNAIS, JORNAIS, BLOGS, OU VICE-VERSA)

A tese:

A hipotética "dra." Clara Ferreira Alves (chegou com dificuldade ao actual 12º ano), crítica literária que leu (jura ela) "os clássicos", especialista do último escritor inglês com quem almoçou, autora de um romance anunciado em 1984 e nunca até agora publicado, dona de uma coluna ilegível (e bem escondida) na "revista" do Expresso, foi um dia arvorada directora da "Casa-Museu Fernando Pessoa" pela conhecida irresponsabilidade de Pedro Santana Lopes, de quem ela tinha sido uma entusiástica partidária. (...) Se a "dra." Clara me quiser responder, sugiro que me responda em inglês e não meta na conversa a sua célebre descrição do pôr-do-sol no Cairo. Muito obrigado.

A antitese:

Acresce que ser apelidada de hipotética e ilegível por VPV é quase um mimo. Imagine-se que, em vez de hipóteses, o homem tinha certezas… ou que havia conseguido ler a colunazinha, apesar de escondida no fardo semanal de pasta de papel. Mais, ser especialista do último escritor inglês com quem se almoçou não é desprimoroso. Ser especialista do último escritor inglês que se almoçou já cairia mal: a cozinha inglesa é muito traiçoeira.

Enfim, tirando a acusação de presuntiva, parece-me que o texto é polido. Mas mesmo isso é capaz de ser deficiência minha, que embirro com derivados de porco. Por outro lado, tenho a sorte de nunca ter sequer ouvido falar na descrição do pôr-do-sol no Cairo, o que me imbui de imensa caridade cristã.

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