O fenómeno blogos é bem o reflexo dos tempos que vão correndo. Voláteis, feitos de transitoriedade, simulando centralidade onde apenas há a sua ilusão, mas também democratizando o reconhecimento público, por vezes. Eis tudo o que são os blogues. Um espaço apenas virtual, mas também feito de virtualidades. O sucesso de anónimos blogues feitos de relatos simples das pequenas coisas do quotidiano, a par do relativo insucesso de outros, com autores de reconhecido mérito no universo dos
mass media . Mas também, por vezes, o reforço do reconhecimento de sucesso aos que já o possuiam no campo dos media tradicionais. Um universo complexo e contraditório, exactamente como o universo real dos tempos actuais. Um caso de sucesso, entre os blogues nacionais foi o
Barnabé. Dois dos seus autores foram, durante muito tempo, os principais dinamizadores daquele sucesso. Com estilos diferentes, o
Rui Tavares e o
Daniel Oliveira constituíram-se, a meu ver, em dois dos principais "profissionais" da blogos nacional. A usura do tempo parece ter sido implacável. Aqueles dois
bloggers, para não falar nos restantes "barnabitas", foram denotando o inevitável cansaço de um militantismo diário da blogosfera, extremamente exigente. Optaram, como solução, pela renovação do plantel. Mas o Barnabé não conseguiu evitar uma dinâmica regressiva a que já havia começado a ceder. Agora, o
Daniel despede-se em ruptura com o blogue que ajudou a fundar. O
Rui Tavares foi perdendo o fôlego blogoprodutivo de outros tempos e resta saber se resistirá. O
Barnabé é apenas uma sombra do blogue que já foi, e tenho pena que assim seja. O que é que tem o
Barnabé que não é diferente dos outros? Num tempo em que os debates sobre a blogosfera começam a estar em voga, aqui fica o desafio para um debate de balanço dos primeiros anos do fenómeno blogos.
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