Pacheco Pereira gosta de argumentar com uma suposta falta de memória e de má-fé por parte da esquerda. Pois o
argumento de autoritarismo e pretensão de deslegitimar os conflitos sociais, por parte do governo em exercício, o que é? Precisa
JPP que lhe lembremos os inúmeros casos de demonstração de autoritarismo, aí sim, por parte dos governos do seu
guru Cavaco Silva? E lembrar-se-á
JPP da postura da sua muito querida dama de ferro Manuela Ferreira Leite, quando ocupou a pasta da educação e foi intransigentemente autoritária face aos professores e aos seus sindicatos, demonstrando o maior desprezo pela "legitimidade dos conflitos sociais" e pelo "direito à greve"? Mas JPP finge, neste caso, que não vê aquilo que ele vê como ninguém, isto é, a mãozinha reaccionária do PC por trás destes “conflitos sociais”, que não são conflitos sociais mas sim manobras de
agit-prop como só o PC sabe montar (embora desta feita sem grande sucesso). Trata-se, isso sim, de resistência à mudança e antagonismo a qualquer reforma que se queira introduzir para mudar um
status quo do qual os sindicatos, e os seus dirigentes, retiram vantagens políticas. Lutas sindicais não são, necessariamente, conflitos sociais, como bem sabe
JPP. Portanto, neste caso, como noutros,
Pacheco Pereira faz muito bem, e sub-repticiamente, o jogo do PC, porque isso lhe convém para alimentar o seu antigo ódio de estimação à presença do PS no exercício do poder.
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