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UM EQUÍVOCO CHAMADO CAVACO
Há vários anos que Cavaco Silva coloca, no que julga serem momentos-chave, artigos de opinião nos jornais. Em todos assume o papel do grande conhecedor acima da mediania. O professor que vem dar a lição. O objectivo, dizem, é marcar pontos a favor da sua candidatura a Presidente da República. Há, porém, um problema. Todos esses artigos são sempre sobre um único tema. O único sobre o qual Cavaco tem opinião formada: economia e finanças. Ora, sucede que essas são boas competências para ministro das finanças ou até para primeiro ministro, não para Presidente da República, que como se sabe não tem qualquer capacidade constitucional para interferir na condução da política financeira ou económica do país. Mais preocupante, porém, é o facto de haver muita gente a regozijar-se com a possibilidade de eleição de Cavaco como próximo PR. Significa que teremos um Presidente da República que além de economia e finanças, não tem opinião, e muito menos visão, sobre qualquer outra matéria. A candidatura de um homem como Cavaco à Presidência da República constitui, pois, o maior equívoco(*) da política portuguesa, desde que a democracia se consolidou no país.
(*) Se excluirmos o caso extremo, em matéria de equívocos, que constituiu a passagem de alguém como Santana Lopes pela liderança de um governo.
Morreu François Ascher
Há 15 anos
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