terça-feira, maio 24, 2005

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O DÉFICE DEMOCRÁTICO NA ESFERA DO CONSUMO

Na noite de sábado passado, vinte e um de Maio, não transitaram comboios entre Pombal e Entroncamento, devido a obras na via férrea. Em todo o caso a CP cobrava exactamente o mesmo valor que na noite anterior, por um serviço que agora implicava saída do comboio, transbordo para um autocarro, percurso pela A1 para apanhar novo comboio até ao destino desejado e pago como se nenhum incómodo, nem acréscimo de tempo, tivesse ocorrido, por razões alheias aos consumidores daquele serviço. Já há uns anos, uma tal situação ocorreu durante meses, creio, para os passageiros do alfa pendular, entre o Porto e Braga. O mesmo se poderia dizer do pagamento de portagens nas AE, com obras, como tem sido o caso da A1. Com, ou sem obras, a portagem é exactamente a mesma. O mesmo se poderia ainda dizer das quebras de serviço internet, agora menos frequentes, mas que há uns anos faziam da navegação na internet uma viagem em mar de tempestade. Para não falar da quebra do serviço telefónico sem que o preço da sua assinatura variasse um centavo. É certo que todos estes serviços têm vindo a melhorar significativamente a sua qualidade, mas estamos ainda longe de conferir ao consumidor direitos que são direitos próprios, enquanto consumidor. E, nessa medida, são igualmente direitos de cidadania. Entre nós, longe se ser, também nesta dimensão, uma cidadania plena.

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