sexta-feira, maio 06, 2005

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UM DESAFIO A QUE NÃO CONSEGUI ESCAPAR

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Não me consigo imaginar a ser imolado pelo fogo. Há outras formas menos dolorosas de morrer. Quem gosta de livros pode alguma vez escolher ser um para imolação? Há algo de perverso nesta pergunta.

2. Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por uma personagem de ficção?

Já, por muitas. Por exemplo: Na minha adolescência, pela personagem de um filme de que não me recordo, interpretada por Jaqueline Bisset que se constitui, então, na minha paixão platónica e algo freudianamente incestuosa. Mais tarde por Fanny Ardant em “La Femme d'à côté”, de François Truffaut e por personagens interpretadas por Nastassja Kinski – uma mocinha mais ou menos da minha idade -, em “Tess” de Polanski; “One from the heart” de Coppola; “Paris, Texas” de Wenders. Mais recentemente, por personagens interpretadas por Julia Roberts, em Notting Hill ou Closer, como se tem visto por aqui. Como já se percebeu, mesmo em ficção preciso da dimensão visual para ficar apanhadinho.

3. Qual foi o último livro que compraste?

Não comprei. Mandei comprar, para oferta, um livro de poesia do Pedro Mexia: “Eliot e outras observações”.

4. Qual o último livro que leste?

Por razões profissionais, neste momento não estou a ler um livro mas sim a consultar ou ler excertos/capítulos de algumas dezenas deles.

5. Que livros estás a ler?

Respondido atrás.

6. Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?

Podia responder, “Poesia Toda” de Herberto Hélder, “Véspera da Água” de Eugénio de Andrade. “Poemas” de Alberto Caeiro. “Poesias” de Álvaro de Campos. “O último romântico” de José Agostinho Baptista. Mas pressupondo que poderia não voltar da ilha deserta, talvez escolhesse os cinco maiores livros de sempre. Iria, portanto, para os clássicos que nunca li.

7. A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?

À mãe dos meus filhos, ao meu filho e à minha filha. Porque eles não têm blogs.

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