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OBSESSIVAMENTE SEIS VEZES TRÊS DEZOITO

Em tempos um primeiro-ministro hesitou na resposta certa para um cálculo mental. Foi uma "gaffe" aproveitada até à exaustão. A direita partidária, em particular o PSD fez disso o suporte para afirmação da sua superioridade em matéria de competência governativa, nomeadamente, na área financeira. No passado domingo o campeonato nacional da língua portuguesa, promovido pela SIC-Notícias culminou com um ditado em que por graça participaram também algumas figuras públicas e entre elas, um ex-primeiro-ministro do PSD e proprietário daquele canal televisivo, que confessou suspeitar ter escrito mal várias palavras como por exemplo obsessivamente. Nesse concurso não houve aliás ninguém que tenha tido zero erros no ditado. Falhar um cálculo mental, escrever com um "errozito", não parece ser afinal atributo exclusivo de ninguém, nem condição sine-qua-non para o que quer que seja, em matéria de avaliação da competência governativa, ou até da competência empresarial.