segunda-feira, fevereiro 07, 2005

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MORALISMO E MORALIDADE

O Francisco José Viegas tem muita razão quando diz tudo o que diz a propósito do moralismo que se usa muito por estas terras lusas. Estou muito de acordo com ele. Mas já começo a recear que o anti-moralismo do FJV se torne moralista. Então agora tudo é moralismo? Julgo que não devia exagerar o FJV sob pena de o anti-moralismo se tornar uma coisa obsessiva, que às tantas vê moral em todo o lado e a propósito de tudo e de nada. Corre o FJV o risco de se transformar no JM do Blasfémias com a sua "teoria liberal". Se a realidade não condiz com a nossa teoria mudemos a realidade até ela estar exactamente de acordo com a nossa teoria. Pior ainda seria que, à força de tanto anti-moralismo, nos transformássemos na patrulha vigilante anti-moralista. Que coisa mais moralista, não é FJV? Eu moralista não sou, mas de uma certa moralidade acho que já precisávamos. Não a dos costumes. Mas também não esta "coboiada em que é tudo do xerife". É no terreno escorregadio e lamacento amoral que germinam os moralismos e os oportunismos que estão para além de qualquer moral.

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