sexta-feira, dezembro 03, 2004

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O PAÍS ÀS AVESSAS (2)

Não bastavam já as trapalhadas do governo de Santana e Portas, para termos ainda as trapalhadas do nosso PR. A decisão que tomou, só pecou por tardia, é bem verdade. Até porque a crise não surgiu agora. Foi criada pela saída intempestiva de Barroso para a CE e pela decisão de Sampaio de não convocar eleições, nesse momento. Santana que nunca ganharia o partido em congresso viu o lugar de presidente do PSD cair-lhe nos braços, e por consequência o lugar de PM, sem ter de ser sufragado pelo voto. Foi o que se sabe em matéria de trapalhada. Agora temos um presidente que decidiu arrepender-se e acabar com as trapalhadas que ele próprio gerou, mas acrescentado-lhe mais trapalhadas. Ao invés de demitir o factor de instabilidade e de poder não legitimado (o governo), dissolve a Assembleia legitimamente eleita. Esqueceu-se de notificar o Presidente da Assembleia de que pensava dissolvê-la e é ao PM que diz que a vai dissolver. Entretanto deu posse a secretários de estado de um governo que vai demitir (pressupomos) dentro de dias...Entretanto quer que um orçamento elaborado por um governo que vai demitir (supomos) depois de decretar a dissolução da Assembleia, seja aprovado antes dessa dissolução, para ser executado pelo governo que vier a saír de eleições. Obriga, assim, esse governo a governar com um orçamento que não é o seu. Entretanto, vai ouvir o Conselho de Estado para quê se já tomou a decisão que deveria tomar após a consulta daquele orgão? Enfim, tudo ao contrário da lógica. Estamos perante um país às avessas.

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