A política, como se costuma dizer, começou nas cidades. E agora está a voltar a elas. Desde logo porque a globalização e a integração regional têm diluído as fronteiras nacionais. Mas também porque é nas cidades que estão os grandes motores desse processo. Quando invejamos a vitalidade económica da Catalunha, da Inglaterra ou da Califórnia, sabemos que parte da resposta está em Barcelona, Londres ou São Francisco. Uma Lisboa do futuro não deve imitar estes exemplos porque a imitação nunca chega: vejamos até onde nos trouxe a necessidade provinciana de imitar Bilbao com um edifício de Frank Gehry. Mas Lisboa terá certamente de se reinventar segundo as novas regras. Têm todas as condições para isso, mas falta-lhe o que estas cidades têm: ambição e participação política dos seus cidadãos. Está na hora de os lisboetas começarem a dizer o que querem da Lisboa do futuro. Portugal precisa dela.
Rui Tavares, Público, 3 de Maio de 2007.
Morreu François Ascher
Há 15 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário