quinta-feira, maio 31, 2007

Preocupante

Uma greve que apesar de reflectir uma aliança, discursiva e prática, entre o PSD, o PCP e o BE, foi o fracasso que foi, é deveras preocupante. Das duas uma. Ou bem que estamos a viver debaixo de um clima de terror anti-democrático e autoritário, sem liberdade de expressão e de manifestação. Ou, então, o governo está mesmo a trabalhar no rumo certo e isso está a reflectir-se num esvaziamento das oposições, o que também não é necessariamente positivo, em absoluto, porque uma maioria absoluta de consenso generalizado pode resvalar para uma maioria "absolutista".

Não se percebe

Confesso que não consigo perceber o porquê da oposição cerrada e cega da CGTP à chamada "flexi(se)gurança". Será que não querem garantir alguma segurança numa fase de profunda reestruturação que as economias mundiais estão a atravessar? É que a flexibilidade, essa, está garantida, porque irreversível. Ou ainda não se terão apercebido disso lá pelas bandas da CGTP?

quarta-feira, maio 30, 2007

Fora do tempo

Esta coisa dos blogues é tremendamente exigente de tempo, recurso nesta fase mais do que escasso. Não admira que só hoje, num interregno mais disponível, me tenha dado conta de um conjunto de aniversários de blogues que habitualmente lia mais demoradamente. Bem como do nascimento de um outro que vem substituir, se bem percebo, a Praia de outros tempos. Felicito, pois, os aniversariantes e o neo-Ivan.

A Origem das Espécies
Almocreve das Petas
Bomba Inteligente
Arrastão
Bichos carpinteiros
Ex-Ivan Nunes

E para pouco mais serviu

"É evidente que a greve transtornou a vida das pessoas"

dito pela sindicalista Maria do Carmo Tavares na SIC-N

Rigor milimétrico (actualizado)

O governo garante que a adesão à greve na administração pública foi de 12,8%.

O governo terá actualizado o rigor para 13,77%...

A guerra dos números

Os sindicatos vangloriam-se de ter encerrado hoje, dia de "greve geral", mais de 800 escolas, num universo de mais de 10 mil escolas. O governo responde que esse número é irrelevante, pois, ele próprio, está a pensar encerrar, definitivamente, 900 escolas para o próximo ano lectivo.

sexta-feira, maio 25, 2007

A cidade inexistente

Sei que ninguém vai ligar a isto, mas ainda assim quero deixar aqui a notícia, aos que ainda não perceberam, que a cidade de Lisboa à qual agora concorrem vários candidatos, já não existe. A cidade de que aqueles candidatos falam é uma mera divisão administrativa, aliás, ela própria, mais que caduca. É dessa pequena instância administrativa que se fala quando se fala de uma "cidade" que não tarda a ter pouco mais do que quatrocentos mil habitantes. Uma cidade hoje não é apenas os seus habitantes, mas também todos os que nela trabalham, estudam, consomem, desenvolvem actividades de lazer, de turismo, etc. Uma área central de uma cidade, hoje é cada vez menos uma zona de habitação, em exclusivo, e cada vez mais uma zona com um conjunto múltiplo de funções, das quais as actividades produtivas, de serviços diversos, constituem a grande fatia. Uma cidade, como a cidade de Lisboa, hoje não se limita aos actuais limites administrativos mas estende-se a todas as aglomerações, contíguas ou não, com as quais detém interacções funcionais, através de vários eixos de comunicação e circulação de pessoas, mercadorias, produtos, informação. Claro que isto exigiria uma profunda reformulação nas instituições, no aparelho legal e no modelo da sua governação. Quanto mais não fosse porque, com este modelo, quem escrutina, em eleições, o governo da cidade é apenas uma parcela minoritária daqueles que efectivamente a utilizam e dela usufruem diariamente. Mas isso agora não interessa nada, pois não?

The silly season is upon us once again

segunda-feira, maio 21, 2007

Ordenador de ornamentação

Penso no papel, escrevo na cabeça. Depois o computador apenas serve para ornamentar o texto.

Primeiro jurado

Acordo a meio da noite, levanto-me para tomar nota antes que aquele pedaço de texto se perca no interstício do sono. O cão, primeira vítima, é submetido a tortura, abre os olhos, a boca, levanta-se, senta-se e fita-me com olhar interrogativo e simultaneamente reprovador. Começou o meu julgamento.

Estado incivilizado

João era casado com Maria segundo contrato assinado em conservatória. Uma noite João e Maria discutiram. No dia seguinte João foi à conservatória pela manhã. À noite chegou a casa e disse a Maria: Informo-te que te divorciaste. Amanhã podes ir ao arquivo de identificação e mudar o estado civil do teu bilhete de identidade.

sexta-feira, maio 18, 2007

Movimento de cidadãos














Eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, 15 de Julho 2007. Há "movimentos de cidadãos" que aplaudem.

Cidadania fiscal

O dever do cidadão para com o estado:

CÁLCULO PROVISÓRIO DO IMPOSTO A PAGAR. (Ponto)

O dever do estado para com o cidadão:

CÁLCULO PROVISÓRIO DO REEMBOLSO (??) (À falta de um, dois pontos de interrogação).

Eis como o Estado, num país que o escreve com maiúscula, trata o cidadão contribuinte, num país que o escreve com minúscula. Num país assim, a cidadania vale o que vale...

terça-feira, maio 15, 2007

Complexidade e estupidez

O mundo está complexo, mas isso não quer dizer que seja preciso complicar o seu entendimento. Pelo contrário.

Uma escolha acertada

A escolha de António Costa para candidato ao governo de Lisboa revela bem que se percebeu, finalmente, o quão a cidade é importante para a competitividade da região e do país. Em matéria de estrito combate partidário revela ainda um líder "aprendente". A aposta das últimas autárquicas foi um erro crasso. Esta é uma aposta inteligente. Nota 20.

sábado, maio 12, 2007

Cidadania

A cidadania já teve melhores dias. Agora, de cada vez que um militante do PS não se vê escolhido como candidato do partido, cria um movimento de cidadãos. Desta vez é o movimento da cidadã Helena. Por este andar vamos ter mais movimentos do que cidadãos para os ditos.

Negócios galácticos

Um lunático colega americano (sim, o homem é licenciado em sociologia...) está em Portugal a vender terrenos na Lua. Claro que ouviu falar no peso do sector imobiliário em terras lusas. Claro, também, o homem é sociólogo mas tem um doutoramento em marketing. Óbvio! Nos tempos que correm, caros colegas, ponham os olhos neste lunático. A reconversão profissional pode ser uma janela de oportunidades.

Informação adicional: entre os lunáticos que já adquiriram um lotezinho com vista para a Terra consta George W. Bush.

sexta-feira, maio 11, 2007

Um pouco mais de respeito pela capital s.f.f.

Não há cadáver que não ressuscite para ser candidato à CML.

terça-feira, maio 08, 2007

Lendo os outros

Subscrevo na íntegra este excelente texto do CMC.

segunda-feira, maio 07, 2007

Glocalização

Perante o olhar incrédulo e escandalizado dos indianos, o actor Richard Gere, durante uma sessão pública de consciencialização para os riscos da sida, abraçou e beijou no rosto a actriz indiana que recentemente venceu um Big Brother em Inglaterra. As autoridades indianas decretaram ordem de prisão para o actor caso volte a entrar no país. Richard Gere desloca-se com frequência à Índia no âmbito da sua prática budista.

Independência para a Madeira, já!

Os resultados das eleições na Madeira caucionam o discurso de Jardim contra o que apelida de "colonialismo" e contra os "maluquinhos do rectângulo". Em coerência, proponho que se realize um referendo no continente sobre a independência da Madeira. Caso vença o sim, deverá ser declarada unilateralmente a independência daquele arquipélago, pondo fim, de uma vez por todas, ao "colonialismo" português.

Lendo os outros

A política, como se costuma dizer, começou nas cidades. E agora está a voltar a elas. Desde logo porque a globalização e a integração regional têm diluído as fronteiras nacionais. Mas também porque é nas cidades que estão os grandes motores desse processo. Quando invejamos a vitalidade económica da Catalunha, da Inglaterra ou da Califórnia, sabemos que parte da resposta está em Barcelona, Londres ou São Francisco. Uma Lisboa do futuro não deve imitar estes exemplos porque a imitação nunca chega: vejamos até onde nos trouxe a necessidade provinciana de imitar Bilbao com um edifício de Frank Gehry. Mas Lisboa terá certamente de se reinventar segundo as novas regras. Têm todas as condições para isso, mas falta-lhe o que estas cidades têm: ambição e participação política dos seus cidadãos. Está na hora de os lisboetas começarem a dizer o que querem da Lisboa do futuro. Portugal precisa dela.

Rui Tavares, Público, 3 de Maio de 2007.

There is hope, I hope...

sábado, maio 05, 2007

sexta-feira, maio 04, 2007

Uma coisa que admiro nos espanhóis

é a sua frontalidade.

A formação pedagógica dos docentes do superior

O JPT destaca num dos seus excelentes blocos-de-notas - destes que temos por aqui no espaço electrónico -, uma citação de José Madureira Pinto muito certeira sobre o ensino universitário:

"Já me referi atrás à generalizada impreparação dos docentes do ensino superior no plano especificamente pedagógico. Manifestando-se em fenómenos que podem ir do culto elitista do hermetismo (frequentemente associado a posições elevadas na hierarquia mas também a projectos de ascensão meteórica na carreira académica) até à angustia quotidiana do estagiário sem estágio, nem orientação, passando por incúrias bem mais grosseiras, uma tal impreparação leva a privilegiar na acção pedagógica, ora a retórica e o ritual que se auto-consagram, ora a acumulação, tão exaustiva quão inorgânica, de informação. Dividido, em casos extremos, entre a aula que entorpece e eventualmente enfeitiça, mas pouco ensina, e a aula que ensina "demais", o que o aluno universitário não raramente acaba por perder é a própria possibilidade de aprender" ..."

in: José Madureira Pint
o, (1994), Propostas para o Ensino das Ciências Sociais, Porto, Afrontamento, p. 33)


Subscrevo inteiramente aquela citação. Embora alertando para a necessidade de não generalização, a verdade é que, tal como já o afirmei publicamente noutro lugar, a carreira universitária carece de formação e avaliação da sua vertente pedagógica, sendo implacavelmente eficaz, e bem, na formação e avaliação da sua componente científica. Infelizmente, tenho as maiores dúvidas que as lógicas que se estão a tornar dominantes com a "globolonhização" da carreira universitária venham a permitir, como seria desejável, uma equiparação da eficácia de formação e avaliação do desempenho pedagógico dos docentes universitários , àquela que caracteriza a vertente científica da sua profissão.

Só saio se me empurrarem da janela...











Seus criminosos !

terça-feira, maio 01, 2007

Em defesa da pipoca













Desconfiar. Desconfiar sempre daqueles que querem proibir e desconfiar ainda mais dos que querem proibir a pipoca.

Esclarecimento

A parte do discurso do PR que aqui aplaudi foi a segunda parte. Aquela em que Cavaco Silva chama a atenção para a necessidade de incremento dos mecanismos de escrutínio da vida política democrática. Quanto aos aspectos coreográficos das comemorações e a uma especial atenção aos jovens, não me pareceram de particular relevância.