Vai
para aí uma
grande ignorância sobre o que é avaliação. Um processo de avaliação do desempenho profissional de uma determinada profissão, de um projecto, de uma actividade, não é um exame ou um julgamento em que alguém vai examinar ou julgar outrém. O facto dos pais serem ouvidos no processo de avaliação dos professores não quer dizer que "a avaliação dos professores passe a ser feita pelos pais e encarregados de educação". O desempenho profissional dos professores, como de todas as profissões possui várias dimensões. A avaliação de cada uma delas exige um conjunto de critérios, vários indicadores, o maior número possível de fontes de informação. No caso, a dimensão pedagógica, a didática, a relacional, com o aluno, com os pais e encarregados de educação, com os restantes agentes da comunidade escolar, etc. Faz algum sentido que uma das partes não seja auscultada? Faria algum sentido a avaliação do ensino superior sem inquirir os estudantes universitários, ou a avaliação de um curso de formação, sem inquirir os formandos? Qualquer processo de avaliação tem que cruzar indicadores objectivos e até quantificáveis, com a percepção que os destinatários do trabalho em avaliação têm do desempenho dos profissionais em causa. No vertente caso, em que os alunos são menores de idade, os pais ou encarregados de educação têm de ser chamados a participar desse processo e até a serem responsabilizados por via da tomada de consciência da importância do seu papel social enquanto pais. Não se percebe, pois, senão por ignorância, ou má-fé, o espanto, ou repúdio, pela notícia da participação dos pais e encarregados de educação no processo de avaliação dos professores.