segunda-feira, novembro 29, 2004

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A REVOLUÇÃO E O AGRAFADOR

Não sei porquê, mas este post do Água Lisa, recordou-me um episódio passado nos idos de 1976, quando assisti como convidado a uma reunião de uma comissão de moradores para os lados da freguesia de Nª Srª de Fátima em Lisboa. No primeiro ponto da agenda da reunião os camaradas moradores da direcção da comissão respectiva, prestavam contas do material adquirido para a dita comissão e dos respectivos custos. Eram momentos de longa e pausada descrição dos bens, da respectiva necessidade funcional e justificação demorada do valor monetário dos mesmos. Lembro-me claramente, não sei por que razão, de um agrafador. Um camarada tinha comprado um agrafador que foi merecedor de uma aturada reflexão e análise. Tempos revolucionários aqueles. Esta era uma revolução burocratizada, mas era uma revolução. Em todo o caso, uma revolução que me deixava perplexo, já nessa altura, confesso.

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