O que deve estar em discussão sobre o Aeroporto Internacional de Lisboa não é saber se os lisboetas deixam de ter um aeroporto localizado no centro da metrópole ou se continuam a usufruir desse "privilégio". Esta parece-me uma discussão que apenas julgo digna de registos do tipo "eu só quero ver lisboa a arder..." e quejandos. Porventura próprias das tribos da bola mas não das discussões sérias sobre o desenvolvimento do país e as respectivas opções de estratégia. O que deve estar em questão é saber-se:
a) Se no contexto socioeconómico actual, a construção de um novo aeroporto internacional de Lisboa é uma prioridade.
b) Se a sua construção foi precedida de estudos económico-financeiros de viabilidade e de impactos no desenvolvimento do país, que aconselham a sua construção.
c) Se a sua localização foi precedida de estudos de impacto ambiental que não desaconselham a sua construção.
d) Se não existem obscuros interesses económico-financeiros privados na base da opção pela construção, de imediato, do referido aeroporto na localização escolhida.
e) Se não existem obscuros interesses imobiliários no fim imediato do aeroporto da Portela, tendo em conta o valor fundiário dos respectivos terrenos. Negócio que pode ser chorudo para a promoção imobiliária da Alta de Lisboa (como tem sido bem observado em vários blogs, como o Bloguítica e o Blasfémias), porque a aquisição de terrenos ao Estado é sempre um bom negócio para os privados e porventura chorudo também para as receitas extraordinárias do Estado (tapando-se, uma vez mais, o sol com a peneira, na resolução do problema do défice estrutural das finanças públicas nacionais).
Morreu François Ascher
Há 15 anos
1 comentário:
sotaque lisboetês aqui? ou essa já não é a questão relevante?
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