quarta-feira, maio 13, 2009

Coerência e argumentos de autoridade com base na antiguidade

1. Um dos argumentos de Manuel Alegre para a defesa das suas críticas aos partidos e, particularmente, ao PS é o fechamento destes, referindo, frequentemente, a necessiade dos partidos se abrirem aos cidadãos, à sociedade civil, e não serem organizações voltadas para si próprias.

Ora, poder-se-á questionar qual a coerência daquele princípio com este argumento:


"Acho que ele [Vital Moreira, candidato independente pelo PS] deve ocupar-se da campanha para as europeias porque da vida interna do PS e do seu grupo parlamentar sabemos nós, de acordo com a pluralidade e a liberdade de pensamento e de expressão que fazem parte da nossa tradição e da identidade do PS",

2. Manuel Alegre argumenta, recorrentemente, com a autoridade que lhe advém da sua antiguidade como militante do PS e como lutador pela liberdade. Independentemente do valor em si mesmo de um passado de luta pela liberdade que, certamente, ninguém lhe disputará, o argumento de autoridade com base na antiguidade é, pela sua própria natureza, um argumento reaccionário e conservador, revelando, como dizia no outro dia um colega meu, uma "concepção aristocrática da política", que é, acrescento eu, contrária aos valores republicanos e desajustada face às modernas democracias.

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