O movimento gay prossegue, e bem, a sua luta pela integração da homossexualidade na "normalidade" plural. Como o slogan do spot publicitário anuncia, o que se pretende é o direito à indiferença e não à diferença. O que se trata é de transformar a homossexualidade, como orientação sexual, e respectivos estilos de vida, tão legítimos quanto a heterossexualidade e seus estilos de vida. Ao invés da ideia de pretensão de "aceitação da diferença", de algo "anormal", e bizarro, vulgarmente estereotipado na "bicha" ou na "mulher máscula". Ora, o percurso mais certeiro para tal estratégia de integração é, justamente, a integração pelos ícones mais conservadores do universo da normalidade socialmente aceite e legitimadora da estigmatização da pluralidade de orientações sexuais.
Primeiro, o casamento, essa institucionalização da normalidade sexual, até agora consagrada à constituição de família, em sentido reaccionariamente restrito. Esquecem-se, os que atacam a possibilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que aquele mais não é do que um contrato celebrado entre duas pessoas que não as obriga à procriação. Antes são contratualmente obrigadas ao respeito mútuo, à salvaguarda da dignidade do outro e à inter-ajuda. Não se percebe por que razão esses preceitos não podem ser aplicados a duas pessoas independentemente da sua pertença sexual.
Mais recentemente, um dos ícones mais consagrados do conservadorismo reaccionário da supremacia do homem sobre a mulher a oeste e de uma determinada ideologia da masculinidade, o universo cinematográfico
western, no qual a sagração do poder e domínio do “homem branco” no mundo é, extensiva à mulher, figura quase sempre frágil e invariavelmente subjugada ao poder másculo. O que me ocorre dizer é que sempre achei duvidosa a construção ideológica do gesto do ‘coboi’ que acendia o fósforo na própria barba.