segunda-feira, dezembro 06, 2004

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NÃO FICO CHOCADO

com palavrões como "choque fiscal" ou "choque tecnológico". Alguém, de bom senso e conhecimento da realidade do país, explique aos senhores candidatos a Primeiro-Ministro que esses choques não chocam ninguém. Eu, por mim, votarei naqueles que se proponham objectivos mais singelos e que ainda não atingimos neste rectângulo à beira-mar plantado. Votarei naqueles que definam como objectivos coisas realmente concretizáveis e necessárias para tirar o país do grau de atraso que possui face aos seus parceiros europeus. Depois sim, depois podemos começar a falar de competitividade da nossa economia no actual contexto de globalização, de sociedade da informação e do conhecimento e de outros grandes chavões em voga. Mas primeiro temos de conseguir que a média da escolaridade dos nossos empresários e dirigentes seja razoavelmente superior à quarta classe, que a maioria dos funcionários públicos saiba utilizar um computador para além da sua função de "máquina de escrever", que os professores sejam capazes de nos dizer as taxas de insucesso e abandono escolar das suas escolas, que os cidadãos nacionais sejam capazes de ler um jornal que não seja desportivo nem pasquim, que se interessem por outras formas de cultura além (ou ao invés) do preço certo e do um, dois. três. E assim, outras coisas tão singelas e tão básicas, como estas.

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