quinta-feira, julho 15, 2004

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Uma questão de respeito pela res publica e pela polis

O MJMatos do Que Universidade, comentou um post que inseri abaixo, onde assinava a minha concordância com a perspectiva de Augusto Santos Silva (e diga-se de passagem, também com a de Pacheco Pereira) sobre o que fazer em relação ao novo poder populista.

Considerava o MJMatos haver uma contradição no artigo de Santos Silva entre uma primeira parte onde surge a afirmação de uma postura diferenciada da populista, por parte daqueles que postulam uma perspectiva política mais séria e decente (palavras minhas) - e uma segunda parte, em que Santos Silva acabaria por entrar num ataque "ad hominem" em relação a Santana.

Em primeiro lugar, Augusto Santos Silva refere-se à "obra" do homem e não ao homem. Por outro lado, parece-me, está a dizer-nos que embora também pense tudo o que é do conhecimento de todos nós sobre o homem, entende que a alternativa política tem de se afirmar pela positiva, e pelas ideias, apresentando-as como contrastantes e não como jogando no mesmo terreno. Nesse terreno, não tenho dúvidas que Santana vence. É o território do inócuo, do ilusionismo político, das propostas inconsistentes, inconsequentes e irresponsáveis, de que os Berlusconis são arautos, e onde vão buscar algum (ou muito) apoio fácil junto de uma parte do eleitorado. O que penso, tal como Santos Silva, é que rapidamente os eleitorados se aperceberão que “a montanha vai parir um rato”, porque tal postura não tem pernas para caminhos longos e que, portanto, o que há a fazer é afirmar ideias e propostas credíveis, com coerência e sustentabilidade, contrastantes com o facilitismo e fogo-fátuo do populismo, sem lhe fazer o trabalho de publicidade e marketing, e sem entrar num jogo que é o único que ele sabe jogar.

Bem, é preciso dizer que escrevo tudo isto sem saber, porque não o conheço, se o MJMatos está do lado desta minha postura face à política. Pelo que dele tenho lido no seu blog, diria que sim. O resto, julgo dever-se apenas a algum partis pris face ao ex-Ministro da Educação de Guterres...terei acertado?

Post-scriptum: MJMatos, já tinha detectado a questão das iniciais (ASS). Mas somos portugueses e lemos e escrevemos em português. Será que temos logo de pensar no significado da palavra inglesa? Será que o novo latim dos tempos pós-modernos tem que ser tão "omniconsciente"?

Já agora, parabéns pelo new-look (foi de propósito...) do Que Universidade. Já estive para o referir aqui, mas entretanto, esqueci-me. Está com um template muito atractivo e bonito.

Um abraço

WR

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