sexta-feira, julho 02, 2004

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Notas tiradas de uma opereta em curso


Politburo fabrica notícia de "auto-crítica"

Manuela Ferreira Leite acaba de desmentir que tenha pedido desculpa por ter afirmado que "se estava a fazer um golpe de estado no interior do partido". Conclusão: o Politburo é que fabricou a notícia da pretensa auto-crítica e pedido de desculpas em público pelo "crime contra o partido".


Estabilidade e eleições

Sejamos honestos: a estabilidade da economia privada não depende da realização de eleições ou da recondução de um governo sem eleições. Já a estabilidade das finanças públicas pode depender disso. Se houver eleições deixa de haver necessidade de despesas à "grande e à francesa" para ganhar eleições dentro de dois anos e, logo, isso permite a continuidade de um certo equilíbrio das contas públicas.


O golpe

Se o PSD, Santana Lopes, o PP e Paulo Portas não tivessem medo de perder eleições, aceitariam submeter-se ao escrutínio popular. Como sabem que perderiam o poder, pretendem dois anos de governo a gastar "popularmente" à tripa-forra, para depois poderem ganhar eleições em 2006, entregando o governo a Paulo Portas e preparando a candidatura de Santana a Presidente em 2007. Este é o golpe que está há muito a ser forjado e de que já muitos falaram em tempos idos. O resto são manobras de diversão.


O poder a qualquer preço

Por que não se preocupam com isso os homens e mulheres do aparelho do PSD, ao invés de alguns, poucos, não assimilados por esse aparelho? Porque vêem aí uma hipótese de se perpeptuarem no poder. Algo que o resultado das eleições do passado dia 13 de Junho havia deveras ameaçado. Ora, o que os aparelhos partidários querem é manter um status quo de ligação directa ao poder. Se isso lhes é prometido com a hipótese Santana, que venha de lá o homem, seja ele quem fôr e o que fôr.

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