1. Dão-se alvíssaras a quem descobrir o paradeiro de Luís Marques Mendes. Na altura do seu desaparecimento era presidente do maior partido da oposição e apoiante desesperado de Cavaco Silva à presidência da República. A sua família política está preocupada.
2. Pedem-se esclarecimentos sobre se o apoiante de Cavaco Silva, Ribeiro e Castro, presidente do CDS-PP, que considera ser ‘o terrorismo um filho pródigo da esquerda’, é o mesmo que é sobrinho de Gilberto Santos e Castro, operacional do ELP (Exército de Libertação de Portugal), organização terrorista de extrema-direita que actuou em Portugal em 1975 e que em Angola se aliou à FNLA de Holden Roberto, sob coordenação do mesmo Tenente-Coronel Santos e Castro?
3. Aceitam-se apostas fora do circuito betandwin sobre quem será o candidato do Partido Ecologista os Verdes. Só serão aceites apostas a quem conseguir enumerar cinco intervenções políticas, quatro dirigentes, as características do logotipo, daquele partido e a "paternidade" do mesmo.
4. Após vários testes de ADN ficou provado, esta semana, quem é o verdadeiro "pai do monstro": aquele que propõe a criação de secretarias-de-estado sem qualquer utilidade prática, com excepção do acréscimo da despesa pública, em funcionários e ajudas-de-custo, para pagar reuniões de trabalho com empresários estrangeiros pedindo-lhes que não deslocalizem as suas empresas, mesmo que essa opção seja prejudicial à capacidade concorrencial das mesmas.
quarta-feira, dezembro 28, 2005
El-Rei Dom Sebastião José de Carvalho e Mello
Se, porventura, Cavaco vier a ser eleito presidente da República, o país viverá pelo menos cinco anos politicamente conturbados. Com Sócrates, ou com outro primeiro-ministro, viveremos tempos em que Cavaco, por força da personalidade em questão, procurará ocupar a primeira página do protagonismo governativo, sem poderes constitucionais para o efeito. Tal como o primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Mello "apagou" da história quem, em seu tempo, a deveria protagonizar em primeiro lugar, de acordo com as leis então em vigor, o mesmo Cavaco procurará fazer. Disso não têm dúvidas a maioria dos seus apoiantes. E é por isso mesmo que o apoiam e procurarão eleger.
Posts intimistas e auto-biográficos (4)
Ao ouvi-la falar e ao vê-la viver, lembrei-me das mulheres de Barcelona e percebi, então, por que razão nunca partilhei do regozijo nacional com o dia 1 de Dezembro de 1640.
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Neo pós-modernos
Muitos dos que agora defendem uma espécie de relativismo moral são os mesmos que há vinte anos defendiam o relativismo cultural e agora se deitam a ele como gato a bofe. Então, como agora, parece-me que o relativismo apenas serve todo o tipo de oportunismos, situacionismos e, sobretudo, a subversão das boas regras democráticas da transparência e escrutínio da decisão. Só quem retira dividendos de poder do relativismo moral a ele está a aderir tão fervorosamente.
sexta-feira, dezembro 23, 2005
O Padre Amaro: sexo, enganos e sucessos
Quantos espectadores do clássico do soft core Histoire d'O, estreado em Portugal na aurora da liberdade, foram depois ao engano ver o filme de Eric Rohmer La Marquise d'O, saindo cinco minutos após o início do filme?
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Posts intimistas e auto-biográficos (3)
Soube que a nossa relação amorosa não teria qualquer futuro no dia em que ela não apreciou uma refeição de queijos e vinho.
Pessoal curte
Ao pessoal de esquerda que desta vez está a pensar votar Alegre ou Louçã, lembro: Pode ser uma curte, mas cuidado, não há pílula do dia seguinte para o efeito.
Pessoal alegre
Deixemo-nos de coisas. O pessoal porreiro do mundo da cultura e do desporto sem um pingo de cultura política está todo na campanha do Alegre. Até lá está o bacano do Pac-Man.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Posts intimistas e auto-biográficos (2)
Seja ou não um conceito rigoroso, a noção de geração remete, de facto, para quadros de socialização espácio-temporais, universos culturais, mentais e de experiências e trajectórias de vida que facilitam ou dificultam os relacionamentos em função da maior ou menor proximidade geracional. Percebi-o quando, ao comunicar com ela, precisei de requisitar os serviços de um tradutor que me tornasse inteligiveis os seus códigos comportamentais e morais.
Erro de casting
Se porventura as sondagens se vierem a confirmar em votos nas urnas sempre quero ver como é que Cavaco justificará perante o país que não pode fazer nada do que promete. Pela simples razão que o Presidente da República não tem competências para fazer o que o candidato promete fazer.
Senso muito estreito
Quando alguém que quer ser Presidente da República diz que o problema do desordenamento do território é o facto de prejudicar o turismo, está tudo dito sobre o alcance da visão política e cultural desse candidato. Este homem não consegue ver um palmo de realidade além da realidade económica strictu sensu.
Posts intimistas e auto-biográficos
Soube que jamais nos entenderíamos quando ela manifestou não partilhar dos gostos musicais da minha amiga.
terça-feira, dezembro 20, 2005
sábado, dezembro 17, 2005
Diário de campanha (2)
O mais divertido de ver nesta campanha, têm sido os rasgados elogios a Louçâ e a Alegre, por parte de alguns comentadores de voto certo em Cavaco. Se o cinismo matasse, perdíamos metade dos nossos 'opinion desmakers'. Ao menos aqui, honra seja feita a JPP, que nem a campanha lhe esmorece o ódiozinho de estimação a Louçã.
A esfera gastrico-ideológica
Dizem por aí que já não há direita e esquerda em política. Pode ser que sim, mas pelo menos na blogosfera eu consigo distinguir uma de outra coisa. Vejo que um blogue é de direita quando ao lê-lo sinto uma nausea no estômago, próxima do vómito. Ora, nem todos os que se identificam com a direita, ou com ela são identificados na blogosfera, me causam uma tal sensação, de onde se comprova que a direita versus esquerda, mais do que categorias de análise racional, reportam-se a algo que vem das entranhas.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Um país de inimputáveis
Um dos grandes problemas deste país é a ineficácia e laxismo generalizados, e particularmente no que se refere aos mecanismos que poderiam evitar casos de barbárie, no que aos direitos básicos dos mais vulneráveis e desprotegidos diz respeito, e aos mecanismos de apuramento de responsabilidades, no caso de negligência grosseira na prevenção da ocorrência de tais casos. Enquanto não houver mecanismos que permitam evitar uma tal situação, organismos como as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco servem para quê, além de desperdício de tempo (que é sempre dinheiro) dos funcionários do Estado que dessas comissões se ocupam (?) e de desperdício financeiro com a estrutura que as devia coordenar? É também nesta cultura da irresponsabilidade vigente, e interiorizada como 'normal', que devemos procurar as razões do nosso atraso estrutural.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Hortografismos
Este blog encontra-se em hibernação, enquanto o seu autor se dedica a tratar de problemas horto gráficos.
As direitas internacionais em sintonia
Depois de alguma direita religiosa portuguesa inventar uma 'guerra de crucifixos', é agora a vez da direita religiosa americana inventar a existência de uma guerra contra o Natal. Como alguém diria, o mundo está perigoso.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Imagine [8 de Dezembro de 1980]

"Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace"
Bom Natal !
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Metacausa: os neo-cruzados
Aquilo que os neo-cruzados mais gostariam de ver nesta época natalícia pré-eleitoral, era uma guerra de crucifixos. Julgo que alimentar uma polémica com base numa pseudo notícia, como a circular do ME visando retirar as cruzes das escolas, que nunca existiu, é fazer o jogo dos neo-cruzados, os quais em tempo de eleições, onde um dos candidatos se declara abertamente laico, procuram capitalizar votos conotando o governo e o partido que o suporta e que igualmente apoia aquele candidato, com uma prática que sabem reprovada pelos espíritos católicos da maioria dos eleitores.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Comentários
Os leitores deste blog são poucos, é verdade. Mas são bons. A qualidade dos comentários que aqui têm deixado, comprova-o. Por ignorância minha accionei o mecanismo de moderação dos comentários e depois não utilizei essa função. Daí que os comentários fossem colocados e depois não publicados. Aos seus autores o meu pedido de desculpas. De ora em diante, prometo, estarei mais atento à função moderação dos comentários. Veja-se, em particular, este mimo de texto que só não o cito na página principal do blog porque o seu autor, compreensivelmente, preferiu manter o anonimato.
domingo, dezembro 04, 2005
Arquitectura
Os arquitectos querem ver revogada uma lei que tem trinta e dois anos e que permite aos não arquitectos fazerem projectos de arquitectura. O estado em que estão as nossas cidades e a paisagem construída do país é o argumento forte. Têm razão os arquitectos. Mas se conseguirem projectar edifícios que não sejam só obras de arte mas que também sirvam para as funções a que se destinam, todos nós, utilizadores desses edifícios, agradeceríamos.
Diário de campanha
1. Confrontado com a falsidade da sua pretensa postura acima dos partidos, Cavaco engasgou-se, gaguejou, pontapeou a gramática. Deu um triste espectáculo da sua figura política.
2. António Costa recorreu, na campanha de Soares, a uma inovação da metáfora das vacas magras, chamando-lhes escanzeladas, que não me pareceu muito feliz do ponto de vista estético-discursivo, sem acrescentar substância alguma à intervenção política.
3. Louçã procurou ridicularizar a letra do hino de campanha de Cavaco, pelo simples facto de ele ter sido redigido por um banqueiro: Dias Loureiro.
4. Alegre declara, como descoberta de última hora, que os mediocres estão à frente dos partidos.
5. A pré-campanha ainda não descolou do chão. O problema do país não é económico. O país está doente.
2. António Costa recorreu, na campanha de Soares, a uma inovação da metáfora das vacas magras, chamando-lhes escanzeladas, que não me pareceu muito feliz do ponto de vista estético-discursivo, sem acrescentar substância alguma à intervenção política.
3. Louçã procurou ridicularizar a letra do hino de campanha de Cavaco, pelo simples facto de ele ter sido redigido por um banqueiro: Dias Loureiro.
4. Alegre declara, como descoberta de última hora, que os mediocres estão à frente dos partidos.
5. A pré-campanha ainda não descolou do chão. O problema do país não é económico. O país está doente.


